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Economia. “Precisamos de uma estratégia” a médio prazo e de “voltar à normalidade”

16 jun, 2020 - 11:13 • Marta Grosso , Miguel Coelho (entrevista)

João Borges de Assunção, da Católica Lisbon, esteve nas Três da Manhã para comentar o estado da economia portuguesa e o Orçamento Suplementar que começa a ser discutido no Parlamento.

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O Orçamento Suplementar que começa a ser debatido nesta terça-feira pelo Parlamento peca por ser de muito curto prazo, diz o diretor académico do Lisbon MBA da Universidade Católica Portuguesa, João Borges de Assunção.

“É um documento muito de curto prazo. Apenas trata da situação de hoje até ao final do ano e, portanto, é um documento que não apresenta uma certa estratégia de médio prazo”, começa por apontar.

“Como temos este problema grande de dívida pública, era muito importante ver qual era a trajetória, pelo menos no horizonte de dois ou três anos”, acrescenta João Borges de Assunção.

Isto, “porque o défice esperado é muito grande – segundo algumas instituições internacionais ele pode ser pior – e, portanto, não pode ser visto apenas na perspetiva de um único ano ou, neste documento que estamos a aprovar agora, numa perspetiva de apenas seis meses”, sustenta.

Na Renascença, este professor associado da Universidade Católica de Lisboa considera que “a saúde da economia do país não está muito boa”, devido ao confinamento obrigatório, que foi imposto não só em Portugal como noutros países, e também devido ao “temor da doença”, que levou muitas pessoas a adiar determinados consumos.

“Esta dupla situação criou um problema enorme à economia mundial e também à portuguesa”, afirma.

João Borges Assunção prevê “um peso muito grande, que não sabemos até quando vamos suportar”, daí a “importância de estarmos preparados para um choque mesmo muito grande” na economia e na vida social.

É, por isso, importante o regresso da normalidade. “A vida terá de regressar ao normal, apesar dos riscos da pandemia”, defende.

O Orçamento Suplementar está a ser debatido nesta manhã no Parlamento, já pela mão do novo ministro das Finanças, João Leão.

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