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Braga de Macedo não entende "timing" da saída de Centeno

09 jun, 2020 - 18:51 • Sérgio Costa , com redação

Em declarações à Renascença, Braga de Macedo mostra-se surpreendido com a demissão do ministro das Finanças num momento tão "simbólico" como a apresentação de um Orçamento Suplementar, na sequência da crise provocada pela Covid-19.

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O “timing” da saída do ministro das Finanças, Mário Centeno, é surpreendente, afirma à Renascença o economista Jorge Braga de Macedo.

O antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva não se lembra de um ministro sair num momento tão simbólico como o da apresentação de um Orçamento, neste caso suplementar.

“Eu não me lembro, mas admito que tenha ocorrido, um caso em que um ministro se demite no momento em que apresenta um Orçamento ou quando esse Orçamento vai ser votado, um momento tão cheio de simbolismo, porque o Orçamento é o que governa as finanças públicas. Acho que é um momento surpresa”, afirma Jorge Braga de Macedo.

Sobre a promoção do secretário de Estado do Orçamento, João Leão, a ministro das Finanças, Braga de Macedo afirma que vai enfrentar uma conjuntura pior, com a crise da Covid-19, e falta perceber se será um rosto de credibilidade externa.

“Uma é vender a estabilidade internamente, não haver uma contestação excessiva do trabalho do ministro das Finanças, que é sempre ingrato, mas havia outro, que é comprar estabilidade externa”, refere o antigo ministro.

“O que é que o Leão vai fazer? Vai conseguir a combinação de credibilidade, a tal coisa do ministro conservador alemão gostar de um ministro das Finanças socialista? Penso que não é o amor comum ao futebol.”

“Há aqui uma questão de credibilidade, por um lado, e outra questão que é ser capaz de ser aceite. Neste particular, Centeno não era nada de especial, o que tinha era um apoio constante do primeiro-ministro. Se António Costa der o mesmo a Leão, seria igual. A não ser quanto à conjuntura que é radicalmente diferente”, conclui Braga de Macedo.

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