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Ministra condena “facilitismo” e lembra que ainda é crime violar o dever de confinamento obrigatório

30 mai, 2020 - 15:53 • Eunice Lourenço

Marta Temido considera a travagem do contágio só é possível com a responsabilidade de cada indivíduo. Testes em setores como distribuição e construção civil vão avançar.

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A ministra da Saúde, Marta Temido, vê com apreensão o facilitismo com que algumas pessoas estão a lidar com a Covid-19 e lembra que violar o dever de confinamento é crime de violência.

Na conferência de imprensa deste sábado sobre a Covid-19, Marta Temido apelou ao cumprimento de regras para que seja possível quebrar as redes de contágio na região de Lisboa e Vale do Tejo.

“É com apreensão que encaramos algum facilitismo com que algumas pessoas parecem comportar-se face a este risco que todos enfrentamos”, afirmou a ministra, em resposta a uma pergunta da Renascença sobre se a pedagogia e as recomendações que as forças de segurança podem fazer na situação de calamidade de vigora são suficientes para conter o contágio na Área Metropolitana de Lisboa.

“Não há mesmo alternativa a não ser pedir às pessoas que cumpram as medidas básicas, passar a mensagem à exaustão”, reconheceu, lembrando que “por exemplo, o incumprimento da regra do confinamento domiciliário é suscetível de constituir crime de desobediência”, apesar de já não vigorar o estado de emergência.

“Sejamos totalmente transparentes: pedagogia, literacia, informação, apelo ao comportamento individual, mas se isso não for possível, há uma atitude possível e que será tomada caso haja incumprimento do dever de confinamento domiciliário”, afirmou Marta Temido, rematando: “Nós respeitamos todos, mas temos de proteger todos.”

Para garantir o confinamento obrigatório de quem não tenha condições na sua habituação, o governo está a articular a reinstalação noutros locais como pousadas da juventude ou outros equipamentos sociais.

A ministra considera que não serve de muito decretar mais medidas de confinamento. “A solução passa por cada um dos indivíduos. Por isso é que precisamos de falar com as pessoas, precisamos de falar com quem fala com as pessoas”, afirmou, lembrando as recomendações, sobretudo a indicação para ninguém ir trabalhar com sintomas.

“Não vão trabalhar com sintomas, protejam-se sempre, protejam os vossos amigos. Isto não é uma fatalidade, mas precisamos de quebrar as cadeias de transmissão e isso exige a intervenção de cada um de nós”, apelou, garantindo que a ausência do trabalho será devidamente compensada.

O Governo vai reunir-se com autarquias da AML e autoridades de saúde para definir medidas especificas de saúde pública nos conselhos mais afetados. Entre as medidas, está o rastreio focado em atividades em que o contágio tem sido elevando, como os setores da distribuição, do trabalho temporário e da construção civil. Será feita a testagem de todas as pessoas em vigilância ativa que tenham estado em contato com infetados nos surtos localizados e o acompanhamento clinico de todas as pessoas em confinamento.

A resolução do Conselho de Ministros publicada na sexta-feira também prevê a possibilidade de reforço dos meios de segurança e de socorro na AML com operacionais de outras zonas do pais.

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  • Cidadao
    31 mai, 2020 Lisboa 11:28
    Se já não há estado de emergência, o dever de confinamento só se aplica aos infetados e pouco mais. A ministra que se preocupe mais com os migrantes de mão-de-obra barata, que entrou tudo cá sem ser testado, e com bares/esplanadas/discotecas/vida noturna que estão todos mortinhos por abrir nos mesmos moldes de antes - alguém acredita que vai estar tudo de máscara/viseira e a respeitar a distância de segurança, quando foram lá para se embebedarem e se roçarem uns nos outros?

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