28 mai, 2020 - 13:46 • Rui Viegas
Pela primeira vez desde 1983, a final da Taça de Portugal de futebol não se jogará no Jamor, uma vez que o Estádio Nacional não reúne as condições definidas pela Direção-Geral da Saúde (DGS), devido à pandemia de Covid-19.
Leiria, Coimbra, Aveiro e Marítimo já mostraram disponibilidade para receberem a final deste ano. O Algarve junta-se agora ao leque de candidatos.
O presidente da Associação de Futebol do Algarve, Reinaldo Teixeira, apresenta os argumentos para receber o jogo decisivo da "prova rainha" em 2020.
"O Algarve acarinharia com todo o gosto esse evento. Em 1983 a final foi no Norte e agora o Algarve teria todo o orgulho e motivação para receber o jogo. O Algarve é uma região que teve um contágio diminuto e tem um estádio arejado e aberto. A região acolhe nestas alturas vários portugueses de várias zonas do país, que residem no estrangeiro, e o facto de estarem próximos do evento seria mais um fator de motivação. O jogo é à porta fechada e não se coloca a questão do número de espetadores", começa por dizer, em entrevista a Bola Branca.
Reinaldo Teixeira manifesta, ainda, a certeza de que "todos os organismos do Algarve - autarquias, Turismo e a Associação de Futebol - seriam aliados e facilitadores, para que a final se realize com o devido profissionalismo. E com todos os condimentos para que seja mais um hino ao futebol, essa mítica competição que é a Taça de Portugal”, sustenta o dirigente algarvio.
O Estádio Algarve, situado entre os limites dos concelhos de Faro e Loulé, tem aprovação garantida para acolher a final e Reinaldo Teixeira acredita que a decisão será tomada nos próximos dias.
“A Federação Portuguesa de Futebol tem estado muito empenhada no arranque das competições e acredito que se irá agora ocupar da final da Taça de Portugal. A questão da vistoria será fácil e rápida, porque o Estádio Algarve fez parte do Euro 2004 e qualquer ajuste que seja necessário será resolúvel”, assegura.
O presidente da associação algarvia lembra que haverá muitos adeptos dos dois clubes na região na altura da final, e nem mesmo o facto de um dos emblemas ter de realizar uma deslocação maior pode inviabilizar a escolha.
“A decisão depende unicamente da federação e dos clubes. Caso Benfica e FC Porto tenham motivação pelo Algarve e pretendam ficar próximos dos adeptos que estão nessa altura nesta região. O facto de uma das equipas ser do Norte não é um obstáculo. Lembro-me de uma final da Supertaça com o Sporting em que o Porto acedeu a jogar no Algarve. A região tem muitas pessoas do Norte com segunda residência na nossa região, bem como Lisboa. A região que terá mais adeptos dos dois clubes, nessa altura, será o Algarve”, reforça o líder da associação, a terminar.
A última vez que a final da Taça de Portugal saiu do Jamor foi em 1983, com um FC Porto-Benfica jogado nas Antas.