20 mai, 2020 - 11:19 • Manuela Pires com Redação
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, pediu esta quarta-feira, pela quinta vez, o prolongamento do estado de emergência por mais duas semanas, devido à pandemia de Covid-19.
O Governo tinha aprovado o prazo de um mês. Contudo, sem apoios suficientes no Parlamento, chegou a acordo com o partido Ciudadanos para prolongar por mais 15 dias. Depois de um pedido de "desculpas aos cidadãos pelos erros ditados sempre pela excecionalidade da situação", Pedro Sanchez afirmou que seria uma irresponsabilidade deitar tudo a perder e que o único objetivo do estado de emergência é salvar vidas.
"Ninguém tem direito de derrotar o que conseguimos entre todos. O prolongamento que pedimos é de 15 dias, a evolução da pandemia aconselha prudência. O estado de emergência deve existir até que seja necessário condicionar parcialmente alguns direitos nas áreas da saúde pública e nem um dia mais. Repito: nem um dia mais. O estado de emergência existe apenas para salvar vidas", declarou.
O presidente do Governo espanhol salientou que "a vitória está mais próxima" e que, agora, Espanha precisa de "unidade nas frentes social e política".
Sánchez estimou, ainda, que o custo das medidas incluídas no programa de estabilidade é de 138 mil milhões de euros: 1,4 mi milhões para gastos relacionados com a saúde e 800 milhões em materiais.
A garantia de Pedro Sánchez não convenceu a oposição. O Partido Popular (PP), que se absteve na última votação, foi muito crítico para com a forma como o Governo está a gerir a crise. Pablo Casado, líder do PP, maior partido da oposição, disse mesmo que Sánchez foi "incapaz de proteger os espanhóis, sem ser com esta brutal reclusão", e criticou este quinto prolongamento do estado de emergência:
"O seu plano foi um fracasso. O senhor [Sánchez] já ultrapassou todos os limites em busca de todas as excepcionalidades da constituição. O Estado não é o senhor, por muito que a sua máquina de propaganda o compare ao Rei Sol. Será por causa desse delírio de grandeza que reclame um estado de emergência indefinido que limita as liberdades democráticas dos espanhóis. Mas já não pode esconder que há um plano alternativo para garantir a saúde sem arruinar a economia nem acabar com os nossos direitos e as nossas liberdades."
Casado acusou Sánchez de "regular direitos fundamentais através de ordens ministeriais que denotam o escasso respeito que tem pelo Estado de direito". "Está a gerar uma espécie de síndrome de Estocolmo", acusou.
Espanha regista 27.778 mortes por causa da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, que infetou mais de 332 mil pessoas no país.