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​Crise na aviação provoca despedimento coletivo na Lauak, diz sindicato

20 mai, 2020 - 15:31 • Luís Aresta

Em risco poderão estar centenas de postos de trabalho nas fábricas de Setúbal e Grândola, onde são produzidas peças para a Airbus e outros colossos da indústria aeronáutica.

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A Lauak vai avançar com um “despedimento coletivo” nas empresas de Setúbal e Grândola, segundo um comunicado do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) a que a Renascença teve acesso.

O processo já foi iniciado pela administração e será apresentado brevemente ao SINTAC”, pode ler-se do documento, que clarifica que o despedimento será levado a cabo nas duas unidades de produção, situadas em Setúbal e em Grândola, onde são produzidas peças para a indústria aeronáutica.

A fábrica de Setúbal, que se apresenta como LAUAK Portugal, foi criada em 2003 nas antigas instalações da Renault. Já a LAUAK aerostructures Grândola foi inaugurada recentemente, em outubro de 2019, depois de um investimento que rondou os 32 milhões de euros.

Segundo avança o SINTAC, o grupo LAUAK está a acusar a “redução de cerca de 70% das encomendas” tendo encerrado duas empresas em França, havendo ainda uma terceira em vias de encerrar.

Tudo indica que nem mesmo a deslocalização para Portugal dos departamentos de informática, de vendas e de industrialização, evitará a perda de postos de trabalho nas empresas de Grândola e de Setúbal.

O SINTAC sublinha que “tem tido sempre uma postura de fazer parte da solução e não do problema” e que se manterá “em articulação direta com a administração” da LAUAK para, em conjunto, ponderar as ações a tomar “salvaguardando ao máximo os postos de trabalho e os trabalhadores”.

Administração da empresa em silêncio

Segundo as informações recolhidas pela Renascença, a LAUAK não recorreu ao lay-off, nem mesmo ao do regime excecional criado no contexto pandémico da Covid-19. A tentativa de mais esclarecimentos feita junto da empresa obteve como resposta que, “nesta fase, a administração não tenciona prestar declarações”.

Neste contexto, não foi nos possível apurar quantos trabalhadores serão afetados pelo despedimento coletivo. A unidade de Setúbal ocupa mais de 500 trabalhadores. Na empresa de Grândola serão cerca de 275, de acordo com os números revelados há um ano pelo CEO da empresa em Portugal, Armando Gomes, em declarações à agência Lusa.

Na altura, os objetivos da LAUAK apontavam para acolher em Grândola “cerca de 600 trabalhadores”, após 2023.

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