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Gémeas luso-brasileiras

Caso das gémeas. Santa Maria recusou consulta online para evitar desigualdades

13 mai, 2024 - 17:41 • Ana Kotowicz

Ao que a Renascença apurou, a decisão foi tomada com base nos pareceres clínicos da equipa médica e para evitar criar desigualdades: outros doentes comparecem nas consultas de 4 em 4 meses.

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A decisão foi judicial: o Hospital de Santa Maria foi obrigado a realizar, esta segunda-feira, uma consulta online com as gémeas luso-brasileiras, que tomaram o medicamento Zolgensma, conhecido por ser um dos mais caros do mundo. A decisão foi tomada pelo Tribunal Administrativo de Lisboa, que deu assim razão aos pais das crianças, segundo o Jornal de Notícias, que avança a notícia. À Renascença, fonte hospitalar garantiu que foram criadas todas as condições para que a consulta se realize com sucesso.

O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, pretendia que a consulta fosse presencial, como acontece com outros doentes que sofrem da mesma patologia, apurou a Renascença, mas os pais — que regressaram com as crianças para o Brasil —, defendiam que a saúde das duas estava demasiado debilitada para fazer a viagem. Assim, a família avançou para a justiça que, agora, decidiu pela consulta online.

Foram dois os motivos que levaram a Unidade Local de Saúde (ULS) Santa Maria a optar pela consulta presencial, explicou fonte oficial à Renascença: seguir as indicações da equipa médica e evitar desigualdade de tratamentos entre doentes, num caso em que já foram levantadas suspeitas de favorecimento.

"A decisão foi seguir os pareceres clínicos da equipa que acompanhava o caso", explica o CHLN. Além disso, "por uma questão de equidade", pretendia-se que a consulta fosse presencial, como é habitual com os doentes que sofrem de atrofia muscular espinal (AME).

"Outras crianças, com a mesma patologia, têm consultas presenciais de 4 em 4 meses e considerou-se que não devia ser aberto um regime de exceção", esclarece a mesma fonte oficial.

Perante a notificação judicial, "foram criadas condições" para que a consulta não presencial seja executada.

Ainda este mês, a 22 de maio, arrancam os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito que vai averiguar se houve favorecimento das duas crianças na prestação de cuidados de saúde, num caso que envolve o nome do Presidente da República e outros governantes.

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