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Covid-19. DGS admite sequelas nos casos mais graves de infeção

11 mai, 2020 - 14:20 • Redação

Graça Freitas diz que será feito um estudo para avaliar consequências da doença. A DGS explica casos com múltiplos casos positivos após fim dos sintomas e revela r0 com tendência de decréscimo.

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Graça Freitas admite que a Covid-19 poderá deixar sequelas nos casos mais graves de infeção, de acordo com a evidência internacional. Na habitual conferência de balanço dos número da pandemia em Portugal, a Diretora-Geral da Saúde explica que terão de ser feitos novos estudos no país para mais conclusões.

"Há estudos que indicam que sim e a curto-prazo já se verificam algumas sequelas, mas terá de ser feito um estudo com base nos relatórios clínicos destes doentes. É preciso analisar nos casos com determinada gravidade se os órgãos afetados ficam com outro tipo de lesões, que podem, ou não, ser permanentes. São estudos que os hospitais farão, mas há indicações que alguns doentes podem ficar com sequelas, sim", afirmou.

A DGS explica que os doentes mais graves são acompanhados, em muitos casos, pelos médicos que seguiram o doente enquanto estava internado.

"Entramos numa segunda fase de estudo com essas pessoas, estes doentes podem ter dois tipos de seguimento: mais perto da data da alta, ser seguidos pelos médicos que seguiram a patologia no hospital e, dependente do nível de sequelas, ficarão a ser seguidos pelas equipas de saúde primárias e médicos de família", explica.

Durante quanto tempo se pode testar positivo?

Graça Freitas explica o fenómeno de alguns casos que acusam positivo à Covid-19 durante muito tempo após o fim dos sintomas da doença, casos que acumulam diversos casos positivos.

"Há pessoas que testam positivo durante muito tempo depois de terem visto resolvida a sua situação clínica. O que nos parece, também com dados de outros países, é que permanecem particulas virais no sistema respiratório superior, que acusam positivo no teste", diz.

No entanto, a DGS esclarece que estas particulas não originam novos casos de infeção, pois "são apenas particulas e não são o vírus completo, sem capacidade de se replicar".

A reabertura das creches e as normas para o seu funcionamento têm motivado queixas e dúvidas por parte dos profissionais do setor e dos pais. Graça Freitas alerta que as medidas visam diminuir, o máximo possível, o contato das crianças.

"Não é possível impor regras de comportamento a crianças tão pequenas, mas devemos fazer tudo o que os adultos e o espaço permitam para minimizar o risco destas brincadeiras, como desdobrar turmas, espaço entre os colchões, cada menino com o seu próprio colchão, refeições com espaçamento. Tudo isto para evitar o cruzamento de muitas crianças e objetos ao mesmo tempo", afirma.

R0 em decréscimo

Graça Freitas não referiu os valores do r0, que corresponde ao número de novos casos gerados a partir de um único confirmado, mas refere que, apesar do valor continuar a ser superior na zona de Lisboa e Vale do Tejo, continua em queda a nível nacional.

"O r0 é calculado com muita frequência e diz respeito aos cinco dias anteriores. Há ligeiras assimetrias e em Lisboa e Vale do Tejo há um r0 um bocado mais elevado, mas com tendência decrescente. O último boletim mostra que está a diminuir, como noutras regiões", termina.

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