21 abr, 2020 - 16:52 • Lusa
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O chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), almirante Silva Ribeiro, defende a reserva do recrutamento, em estudo pelo Governo, e recusa que seja um “regresso encapotado” do Serviço Militar Obrigatório (SMO).
“Não é uma forma encapotada de criar um SMO. Longe de nós”, afirmou Silva Ribeiro, que foi ouvido esta terça-feira à tarde sobre o papel dos militares no combate à pandemia de covid-19, na comissão de Defesa Nacional, na Assembleia da República, em Lisboa, em resposta a uma pergunta do deputado João Vasconcelos, do Bloco de Esquerda.
A criação de uma “reserva” de portugueses dos 18 aos 35 anos, que podem ser recrutados em momentos excecionais, está a ser estudada pelo Governo, havendo um grupo de trabalho que vai apresentar propostas dentro de um ano.
Duas reservas militares estão na Lei há mais de 20(...)
Para Silva Ribeiro, um serviço militar obrigatório, como o que existiu até 2004, que obrigava parte dos jovens, “não tem hoje em Portugal qualquer exequibilidade”.
“Não está na mente de nenhum chefe militar ou de responsável político”, precisou o chefe das forças armadas portuguesas.
Em resposta a João Vasconcelos, do BE, e António Filipe, do PCP, o almirante Silva Ribeiro contrariou a ideia de que o apelo à “família militar” para ajudar no combate à pandemia do novo coronavírus se relacione com a falta de efetivos nas Forças Armadas.
E explicou que as cerca de 8.000 pessoas responderam por uma questão de solidariedade.
Silva Ribeiro admitiu os problemas com o recrutamento, que atualmente são “cerca de 25 mil” efectivos, abaixo dos 30 mil a 32 mil que legalmente é admitido.