02 abr, 2020
Relegado claramente para plano muito secundário neste tempo difícil que o mundo atravessa, o futebol tem feito algumas tentativas para não ser esquecido como a modalidade mais apaixonante em todos os países, desdobrando-se em iniciativas cujo êxito está muito longe de ser alcançado.
No que toca à Europa, o continente mais afetado também neste domínio, a incerteza prevalece desde o dia que em que um vírus nos entrou porta dentro atirando a modalidade para um beco cuja saída está muito longe de ficar à vista.
Daí que, em nossa opinião, os propósitos trazidos a público quanto ao regresso das competições em toda a Europa assentam numa base despida de qualquer fundamento.
Alguns técnicos têm-se deitado a adivinhar datas nas quais se vai começar a sentir maior alívio, mas as suas previsões caiem sistematicamente pela base, por não ser possível, por enquanto, saber-se quando será possível ver a tal luz ao fundo do túnel.
Também ela às aranhas, tal como muitas federações nacionais, incluindo a nossa, a UEFA deu ontem um salto no escuro na suposição de que vai ser possível jogar-se a sério dentro de dois ou três meses. Pura utopia: neste momento não existe nenhuma entidade que possa trazer-nos a garantia de que as nossas vidas vão regressar em breve à normalidade.
Passando a bola para o campo das federações, como já havíamos escrito aqui há dias, a entidade máxima pede que os campeonatos nacionais estejam concluídos até finais de Julho para, a partir daí, se desenharem todos os outros cenários que comportem sobretudo as futuras competições europeias.
Claro que, atingir esse objetivo passa um vasto lote de exigências, uma das quais tem a ver com a necessidade de uma nova pré-época a que os atletas não poderão furtar-se.
Mas, pior do que tudo isso, é a possível falibilidade das previsões que apontam um não muito distante regresso à normalidade.
E aí é que se encaixam todas as dúvidas. Legítimas, aliás.