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Dia do Trabalhador

CGTP critica "Governo dos grupos económicos"

01 mai, 2024 - 18:42 • Lusa

Quando se assinala o Dia do Trabalhador, o secretário-geral da CGTP-IN deixou a garantia de que a intersindical vai estar atenta e alertou no sentido de esclarecer e mobilizar os trabalhadores para a luta.

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O secretário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira, afirmou esta quarta-feira que Portugal tem "um Governo dos grupos económicos" e que é "urgente uma rutura" que faça o país crescer, para que todos consigam viver e trabalhar condignamente.

"Temos muito caminho pela frente, muito caminho para trilhar. Temos um Governo dos grupos económicos, mas ainda na semana passada tivemos uma das maiores manifestações de sempre em defesa e afirmação dos valores de Abril", disse Tiago Oliveira perante milhares de pessoas concentradas nos jardins da fonte Luminosa, na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa.

Quando se assinala o Dia do Trabalhador, o secretário-geral da CGTP-IN deixou a garantia de que a intersindical vai estar atenta e alertou no sentido de esclarecer e mobilizar os trabalhadores para a luta.

"Cabe a todos nós, em cada empresa, em cada local de trabalho, lutarmos por uma vida melhor", disse.

"É imperioso prosseguir a intensificar a luta porque é urgente uma rutura, uma real mudança, que coloque o país a produzir e a crescer, que garanta a todos os que aqui querem viver e trabalhar as condições que hoje são negadas", disse Tiago Oliveira.

Para o líder da CGTP-In, "é urgente" que os salários tenham um "geral e significativo" aumento porque esse é o "elemento central" para conseguir a rutura pela qual a intersindical luta, uma vez que só isso "garante o combate às desigualdades" ou a valorização de profissões e carreiras.

Tiago Oliveira frisou que "é possível aumentar os salários com o nível de riqueza que hoje se produz", deixando novamente a reivindicação de um aumento salarial de 15% a que corresponda pelo menos 150 euros em todos os ordenados, além do aumento do salário mínimo nacional para mil euros.

Além do aumento dos salários, a CGTP quer também que haja uma redução do tempo de trabalho para 35 horas sem quaisquer perdas de remuneração, bem como o "reforço e melhoria dos serviços públicos".

Durante o seu discurso, Tiago Oliveira aproveitou para exigir, logo no início da sua intervenção, que "parem de tocar os tambores da guerra", defendendo que "a solução dos conflitos deve ser feita pela via política" e aproveitando para enviar a "todos os povos do mundo, uma palavra de fraternidade".

Na opinião do secretário-geral da CGTP, a guerra de Israel na Palestina -- "responsável por mais de 34 mil mortes, quase metade crianças" -- é a prova de que "não são os povos, não são os trabalhadores que promovem as guerras".

No final, a CGTP-In aprovou, por unanimidade, uma resolução que exige o aumento dos salários, o combate à exploração e a garantia de direitos, que inclui, entre outros, a reposição do direito da contratação coletiva, o aumento das pensões de reforma ou o reforço do investimento nos serviços públicos.

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  • Anastácio José Marti
    02 mai, 2024 Lisboa 09:41
    O Governo até pode ser o governo dos grupos económicos e a CGTP não será a confederação de sindicatos de apenas e só alguns trabalhadores e nunca de todos? Perguntem a todos e qualquer trabalhador DEFICIENTE no que é que a sua vida profissional melhorou por qualquer intervenção de alguém da CGTP ou de qualquer outra confederação de sindicatos. Quantos são os trabalhadores DEFICIENTES que na Administração Pública, ainda hoje, 02/05/2024, são vítimas de reais homicídios profissionais e sem qualquer apoio de nenhum dos sindicatos da CGTP? Será para serem cúmplices e coniventes com estas vergonhas laborais que a CGTP existe? São estas as formas de alguma vez se defender quem trabalha alguém a quem a vida foi madrasta? Generalizando, o que é que esta CGTP fez para que fossem devolvidos aos trabalhadores que diz defender, os Subsídios de Férias e de Natal por inteiro, como sempre o foi até à vinda da Troika? 11 anos após a saída da Troika do país não será já tempo de devolver a quem trabalha a parte de ambos os subsídios mencionados que há 11 anos lhe é retirada, deixando de fazer incidir sobre os mesmos os descontos para a ADSE, CGA, IRS, etc? Como qualificar os que em nome da CGTP continuam a permitir esta injustiça, e desonestidade intelectual?

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