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Covid-19. Como os partidos se preparam à espera que o Parlamento se decida

16 mar, 2020 - 16:28 • Paula Caeiro Varela

O Presidente da Assembleia da República tem resistido a suspender o funcionamento normal do Parlamento, mas os partidos políticos tomaram por si próprios medidas de prevenção, nas sedes e nos respetivos grupos parlamentares.

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Enviar funcionários para casa, cancelar atividades e até suspender eleições internas. Os partidos políticos com assento parlamentar já foram introduzindo várias alterações ao seu funcionamento. Tanto nas sedes e estruturas como nos grupos parlamentares, apesar de só esta segunda-feira ao fim do dia serem aprovadas as alterações de funcionamento da Assembleia da República.

No CDS, o deputado João Gonçalves Pereira foi para casa na semana passada, depois de Assunção Cristas ter anunciado que entrou em quarentena voluntária por ter estado com um amigo infetado com o novo coronavírus. Por prevenção, por ter estado ele próprio com a antiga líder centrista. O presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, cancelou por tempo indeterminado todas as iniciativas que envolvam contatos com grandes aglomerados, mas mantém para já as iniciativas pessoais, encontros institucionais e reuniões. Ontem, em vez de uma conferência de imprensa, enviou por e-mail uma declaração em vídeo e texto aos órgãos de comunicação social.

O PS pode ser o partido a ter mais alterações no seu funcionamento, levando mesmo ao adiamento do congresso marcado par o fim de maio. Tendo em vista o congresso nacional do partido, deveriam ter acontecido eleições internas nas estruturas socialistas no fim-de-semana passado, a que se seguiriam os congressos federativos. Ora, tanto as eleições como os congressos estão suspensos, o adiará todo o processo.

De acordo com a informação enviada à Renascença pelo PS, também foi decidido adiar os eventos agendados, suspender as reuniões presenciais e a agenda externa dos dirigentes políticos, assim como, colocar a maioria dos funcionários em teletrabalho, restringindo ao mínimo o funcionamento presencial.

O Bloco cancelou igualmente iniciativas nacionais, suspendeu iniciativas em locais de grandes concentrações de pessoas, como feiras, mercados ou transportes. A coordenadora da mesa nacional, Catarina Martins, também enviou por uma mensagem sobre o assunto e está a estudar tecnicamente a forma como podem as conferências de imprensa passarem a ser emitidas em streaming, através do portal do partido. As reuniões estritamente necessárias serão feitas em teleconferência. Entretanto, na AR e na sede do partido grande parte dos funcionários está já em regime de trabalho remoto.

Também o PSD informa que estabeleceu na sede nacional um plano para “promover o teletrabalho para os colaboradores” e uma escala para os que tenham de estar presencialmente. Ainda na semana passada, a Comissão Política Nacional do partido tinha recomendado às estruturas que não realizem reuniões ou assembleias até nova indicação, e deu ordens para adiar os atos eleitorais internos em curso.

Na sede nacional, dispensou-se a leitura biométrica de dados e foram colocados nos corredores dispensadores de álcool em gel.

O líder do PSD defendeu já que a Assembleia da República passe a funcionar apenas com recurso à Comissão Permanente e foi isso que defendeu na passada sexta-feira em conferência de líderes extraordinária.

Também na IL (Iniciativa Liberal), foram cancelados ainda no início da semana passada eventos partidários, incluindo o Conselho Nacional de dia 29. No Parlamento, foram adiadas todas as reuniões e audiências externas e a equipa foi trabalhando a partir de casa.

No PCP, as iniciativas do partido estão igualmente para já suspensas, os funcionários do grupo parlamentar considerados como grupo de risco já estão em casa desde sexta-feira.

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