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Coronavírus. França anuncia fecho das fronteiras

16 mar, 2020 - 21:06

Macron anuncia passam a ser permitidos apenas “os trajetos necessários”, com sanções para quem não obedecer, e ainda que a segunda volta das eleições municipais, que devia acontecer este domingo, vai ser adiada.

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Emmanuel Macron, Presidente francês, anunciou que a partir de terça-feira todas as fronteiras externas da União Europeia (UE) e do espaço Schengen serão fechadas a viagens não essenciais, por 30 dias, devido à propagação do Covid-19.

"A partir de amanhã ao meio-dia, as fronteiras à entrada da União Europeia do Espaço Schengen serão fechadas [...] Todas as viagens entre países não-europeus e a União Europeia serão suspensas durante 30 dias", precisou o Presidente francês esta segunda-feira numa mensagem televisiva ao país.

O Presidente explicou ainda que os franceses que estão fora da União Europeia poderão voltar, caso assim desejem.

A Comissão Europeia tinha já anunciado esta segunda-feira a intenção de restringir, por 30 dias, as viagens não essenciais para a União Europeia para tentar conter a propagação do novo coronavírus e evitar pressionar mais os sistemas de saúde no espaço comunitário.

“Informámos os nossos parceiros do G7 que propusemos introduzir uma restrição temporária a viagens não essenciais para a UE”, declarou em conferência de imprensa, em Bruxelas, a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen.

“Claro que haverá exceções, por exemplo para os cidadãos da UE que queiram regressar a casa, para os trabalhadores dos sistemas de saúde – como médicos, enfermeiros e também cientistas que estão a trabalhar numa solução para esta crise –, e ainda para residentes e trabalhadores fronteiriços”, precisou Ursula von der Leyen.

O fecho ou controlo de fronteiras entre países da União Europeia já começou. Entre Portugal e Espanha, o controlo da fronteira vai ser feito a partir das 23:00 de hoje, sendo também a esta hora que vão ser suspensas as ligações aéreas, ferroviárias e fluviais.

Coronavírus na Europa

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 140 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com mais de 55 mil infetados e pelo menos 2.684 mortos.

A Itália com 2.158 mortos (em 27.980 casos), a Espanha com 297 mortos (8.794 casos) e a França com 148 mortos (6.633 casos) são os países mais afetados na Europa.

França adia segunda volta das eleições municipais

O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou hoje que passam a ser permitidos apenas “os trajetos necessários”, com sanções para quem não obedecer, e ainda que a segunda volta das eleições municipais, que devia acontecer este domingo, vai ser adiada.

“Neste contexto, após ter consultado o Senado e a Assembleia Nacioanl, assim como as restantes forças políticas, decidi adiar a segunda volta das eleições municipas. Foi um acordo unânime”, garantiu o Presidente esta noite numa mensagem televisiva

As medidas de quarentena também vão ser reforçadas, mas o Presidente não usou a expressão quarentena forçada.

“A partir de amanhã (terça-feira) e durante quinze dias pelo menos, os nossos trajetos vão ser muito reduzidos [...] As reuniões de família e amigos não são possíveis, assim como encontrar amigos no parque deixa de ser possível”, indicou Emmanuel Macron, afirmando que haverá sanções para quem não cumprir as disposições adicionais que vão ser anunciadas esta noite pelo Governo.

“Nós estamos em guerra, em guerra sanitária, não contra uma exercito, mas o inimigos está lá e requer uma mobilização geral”, indicou ainda o líder francês.

A luta contra o vírus vai também levar à suspensão de todas as reformas em curso no país, incluindo a muito contestada reforma do sistema de pensões.

Em termos económicos, o Presidente referiu que nenhum francês “será deixado sem recursos”, afirmando mesmo que a partir de terça-feira estão suspensas as faturas de eletricidade, de gás e aluguer vão ser suspensas para as empresas.

E esta não será a última vez que o Presidente vai falar ao país neste momento de crise. “Vou falar convosco regularmente e vou dizer-vos a verdade sobre a evolução [...] Peço-vos que não cedam ao medo, nem ao pânico. Vamos ganhar”, concluiu.

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