14 mar, 2020 - 00:16 • Rosário Silva
O arcebispo de Évora anunciou, esta sexta-feira, a suspensão de “todo o tipo de celebrações comunitárias”, incluindo as celebrações de preparação para a Páscoa.
Num documento enviado à Renascença, D. Francisco Senra Coelho apresenta um conjunto de orientações pastorais, na sequência da “preocupante propagação do vírus”, dando cumprimento às diretrizes do Governo e das autoridades de saúde, e “no fiel cumprimento que assumi com os meus irmãos do episcopado da Conferência Episcopal”.
“Colaboremos proactivamente nesta luta pela defesa da vida humana, que sempre defendemos, suspendendo todo o tipo de Celebrações Comunitárias, nomeadamente da Celebração da Palavra e da Eucaristia”, escreve o prelado.
Em tempo de Quaresma e na preparação da Semana Santa, o arcebispo pede que sejam canceladas as “celebrações próprias” da época, e adiadas as celebrações penitenciais, “não negando”, contudo, “o Sacramento da Reconciliação a quem o solicitar, salvaguardando todas as medidas de proteção”, alerta.
No que respeita à celebração dos sacramentos do batismo e do matrimónio, “não podendo por motivos válidos ser adiada”, D. Francisco sugere que se “realizem unicamente na presença de familiares mais próximos.”
Quanto à Pastoral dos Funerais, que “se reveste de especial sensibilidade”, deve ser “celebrada na intimidade familiar”, com redobrado cuidado nas exéquias, especialmente nos velórios, para que “também neste contexto se cumpram as orientações da DGS e da CEP”, lê-se.
Uma palavra para a Pastoral Social e da Saúde, com o arcebispo de Évora a reforçar a importância da proximidade e do acompanhamento de “doentes, idosos e sós”, devendo ser efetuado, “discernindo os modos de procedimento em cada caso concreto, respeitando todas as normas.”
“O acolhimento e a procura são características do Discípulo Missionário da Esperança”, lembra, para manifestar a disponibilidade das paróquias para este serviço, deixando, no entanto, um alerta “a todos os fiéis”, para “os cuidados de segurança de que se devem revestir estes encontros com os nossos Presbíteros, Diáconos e Agentes da Pastoral.”
As orientações pastorais apontam, igualmente, para “a suspensão de todo o tipo de reuniões, nomeadamente a Catequese, Grupos Paroquiais de Adultos e as atividades Escutistas e de outros Movimentos Eclesiais.”
D. Francisco Senra Coelho suspende, também, a visita pastoral à vigararia de Elvas, “com muito sofrimento pessoal”, mas com “o dever de contribuir para o bem da saúde pública”, esperando que seja retomada “logo que possível.”
O prelado pede aos sacerdotes que “acompanhem pessoalmente os fiéis”, usando “todos os meios que as novas tecnologias nos propõem”, revelando que vai fazer o possível para que a eucaristia que celebrará diariamente, seja transmitida através da página da arquidiocese e do Facebook por volta das 19h00.
“Esta dolorosa experiência apresenta-se como um sinal dos tempos de que o homem não é Deus de si próprio nem a ciência e a tecnologia encerram a última palavra de Esperança”, sublinha o arcebispo, pedindo aos fiéis que vivam a circunstância “como uma séria interpelação ao primado de Deus nas nossas vidas e à importância da vivência fraterna do mandamento novo do amor.”
Destas orientações sobressai um outro pedido aos diocesanos: que sejam “particularmente gratos atentos e colaboradores”, com todos os que “generosa e competentemente” estão a combater a pandemia “nas suas missões profissionais, nomeadamente nos serviços de saúde, socorro, segurança e proteção.”