10 mar, 2020
O presidente do Sporting Clube de Braga aproveitou a cerimónia de apresentação do programa das comemorações do centenário da coletividade minhota para, entre outras coisas, apresentar uma proposta e fazer um voto. Tudo à volta da arbitragem que, como acontece todos os anos por esta altura, está a inquinar a boa marcha do futebol português.
António Salvador, cujos méritos se reconhecem no engrandecimento do Clube que dirige de forma proficiente há muito tempo, também tem tido alguns altos e baixos, assim como a maioria dos parceiros nacionais, uma vez que as suas posições sobre diversas matérias nem sempre têm respeitado o dever da coerência. É o sabor das conveniências.
Fazer um voto de silêncio à volta do trabalho dos árbitros é, sem dúvida, uma aposta de alto risco, ainda que reconhecendo e aplaudindo o propósito de cortar com comportamentos que se tornaram de há muito virais no futebol português.
Ver-se-á no momento em que os bracarenses possam vir a sair eventualmente prejudicados por decisões erráticas sempre possíveis de acontecerem num desafio de futebol.
Para além desta promessa caseira de vida nova, há um aspeto da sua intervenção de ontem que nos parece completamente irrealizável.
É quando António Salvador exprime a intenção de avançar com uma proposta abrangente para que todos os seus parceiros nacionais, tal como ele, se remetam ao silêncio, deixando sem críticas as atuações dos árbitros, seja em que condições for.
Como facilmente se reconhece, o futebol português não sobrevive sem a perturbação que todos os anos, por esta altura, se abate sobre a classe arbitral, quando estão a aproximar-se as grandes decisões relativas a títulos de vária ordem.
Apesar de tudo, deve dar-se destaque às intenções do presidente minhoto.
Só que, sonhar acordado…é proibido.