28 fev, 2020 - 13:31 • Lusa
Entre os 11 milhões de pessoas na Síria que necessitam de ajuda humanitária urgente, devido ao conflito armado no país desde 2011, quase metade são crianças, disse a diretora-executiva da UNICEF, Henrietta Fore.
A escalada da crise na Síria deram origem a uma multiplicação das necessidades de ajuda humanitária, segundo Henrietta Fore, num comunicado divulgado pela diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância na quinta-feira.
A responsável da UNICEF alertou a comunidade internacional em relação a estes números na Síria e apelou ao fim do conflito armado no país. Henrietta Fore declarou ainda que, desde dezembro, o conflito na Síria já obrigou mais de 900 mil pessoas, incluindo meio milhão de crianças, a saírem das suas casas e viverem em perigo.
Para alguns, é a sexta ou sétima vez que são deslocados. Muitos fugiram para o noroeste de Idlib, enquanto outros se espalharam para Afrin, A'zaz e Al-Bab, perto de Alepo e da fronteira com a Turquia.
Síria
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Segundo Henrietta Fore, dezenas de milhares de pessoas estão a viver em tendas temporárias, edifícios públicos, ao ar livre, junto a árvores, expostos à chuva, neve e às temperaturas negativas do inverno sírio.
De acordo com a nota da UNICEF, os adultos e as crianças expostos a esta tragédia estão a morrer em ataque aéreos, assim como devido ao frio, à violência, à exploração, à falta de condições sanitárias ou de alimentação, além de serem privadas de educação.
No noroeste do país, 280.000 crianças ficaram sem acesso às escolas e estima-se que 180 estabelecimentos de ensino estejam fora de operação, destruídos, danificados ou a ser usados como abrigos. Uma em cada três crianças sírias está fora da escola, segundo o comunicado.
Cerca de 6,5 milhões de sírios passam fome todos os dias devido à insegurança alimentar. O preço dos alimentos essenciais aumentou 20 vezes desde o início da guerra. A devastação para um país em que 80% da população já vive abaixo da linha da pobreza.
Cerca de 6,7 milhões de refugiados fugiram da Síria desde o início da guerra e 6,2 milhões, até agora, - foram deslocados internamente. Quase uma década de guerra forçou quase metade da população do país a saírem de suas casas.
Em 2018, mais de 1.100 crianças foram mortas durante os combates - o maior número de crianças mortas num único ano desde o início da guerra. No ano passado, cerca de 900 foram mortas e centenas mutiladas.
“A UNICEF, as nossas agências irmãs e nossos parceiros estão a fazer tudo o que podem. No ano passado, examinamos 1,8 milhões de mães e crianças com desnutrição”, acrescentou Henrietta Fore.
As agências da ONU e outras entidades têm tentado minimizar este quadro de guerra a vários níveis, nomeadamente nos âmbitos da saúde, educação, fornecendo água potável e melhores condições sanitárias, entre outros, para esta população atingida pela guerra.