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Eutanásia

Arcebispo de Évora: “Cuidados continuados e paliativos são um dever e direito”

27 fev, 2020 - 09:20 • Rosário Silva

Numa reflexão pastoral dirigida à arquidiocese, em início de Quaresma, D. Francisco Senra Coelho reafirma que a eutanásia e o suicido assistido “não são soluções para o sofrimento” e pede aos cristãos que se façam presentes junto de quem sofre.

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No primeiro dia da Quaresma e uma semana depois da aprovação da despenalização da eutanásia, no Parlamento, o arcebispo de Évora pede aos cristãos que “sejam sinal do amor de Deus” e mantenham uma forte presença junto dos que sofrem.

Numa reflexão pastoral, D. Francisco Senra Coelho, afirma que “deve ressoar nos cristãos, de modo renovado e incidente, o apelo a fazermo-nos presentes e a acompanhar quem sofre”.

Para o prelado, “o verdadeiro drama, para muitas pessoas, não consiste tanto no ter que sofrer”, mas sim, “no ter que sofrer sozinho, sem ninguém, e muitas vezes, sem nenhuma perspetiva que dê sentido à vida.”

Para os cristãos, escreve, “neste mundo, por vezes, é possível curar, aliviar, acompanhar e consolar”, logo, “a eutanásia ou o suicídio assistido não são soluções para o sofrimento”, são antes, um “desrespeito pelo valor supremo da vida através da morte provocada.”

“Cristãmente, só faz sentido a ortotanásia ou morte natural, dando meios ao doente para viver até ao fim com dignidade”, sublinha o texto enviado à Renascença. Defende mais e melhores cuidados continuados e paliativos para todos, no fim de contas, “um dever e um direito, a que a sociedade e o poder constituído deveriam estar mais atentos.”

Aos diocesanos é pedido que caminhem “ao ritmo do coração e dos passos dos mais frágeis”, apelando a que as diferentes comunidades cristãs “despertem para a procura e o acolhimento de todos os fragilizados, sobretudo os doentes, os mais idosos, as pessoas com deficiência e os sós”, prosseguindo, empenhadamente, um trabalho “pela promoção e defesa do valor inalienável da vida humana.”

“O Amor está vivo”, anuncia D. Francisco, instando os católicos a não deixarem “morrer a esperança que levamos e que a Humanidade tem direito de descobrir em nós. Afinal, somos Sinal do Amor de Deus para os Homens de hoje”, acrescenta esta reflexão pastoral dada a conhecer à arquidiocese, na quarta-feira de cinzas, início da caminhada para a Páscoa, a mais relevante festa cristã que celebra a esperança e a renovação.

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