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"By the book". Livros e palavra dita no Centro de Arte e Cultura de Évora

17 fev, 2020 - 15:47 • Rosário Silva

Os grandes pensadores, o encontro com as palavras e a valorização da leitura em destaque no ciclo. A atriz Carolina Parreira abre as páginas do livro "Que Emoção! Que emoção?" do filósofo Didi-Huberman.

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Carolina Parreira, atriz, criadora e professora de teatro, dá o pontapé de saída par ao ciclo de leituras "By the book", que arranca em Évora na próxima quarta-feira, 19 de fevereiro, no Centro de Arte e Cultura (CAC) da Fundação Eugénio de Almeida (FEA).

“É um convite a todos para um encontro com as palavras de grandes pensadores ditas ao vivo numa performance de leitura”, explica, numa nota enviada à Renascença, o diretor artístico do CAC, José Alberto Ferreira.

Esta primeira sessão propõe a leitura de excertos de “Que emoção! Que emoção?”, do historiador da arte e filósofo Georges Didi-Huberman, a partir de referências que vão desde a “filosofia clássica, ao cinema, passando pela fotografia, literatura e psicanálise”. Em suma, um olhar sobre a natureza das emoções humanas.

“Não propriamente para as explicar, mas antes para lhes dar voz, para dar ouvidos às perguntas que elas têm para nos propor”, elucida o CAC. O autor “contraria a visão racionalista, segundo a qual as emoções equivalem a fraquezas, num texto onde põe em evidência o caráter social das emoções e o seu potencial de mobilização social”, lê-se.

A atriz eborense Carolina Parreira dá voz a Huberman, um dos grandes pensadores franceses da sua geração, numa “excelente oportunidade para conhecer, também, a outra faceta do trabalho desta atriz que tem já um percurso profissional assinalável, quer no teatro, quer na televisão”, revela José Alberto Ferreira, que faz a curadoria do evento.

Sobre o ciclo de leituras “By the book”, o CAC explica que se pretende interpelar “a contemporaneidade que parte dos nossos dias e se enraíza no longínquo século I a. C.”. Por isso, aos leitores convidados, cabe a missão de tornarem presente uma mensagem inapagável, sobretudo nos tempos que correm.

“Vivemos apressados e parece que o tempo foge, num momento da história em que a imagem se torna omnipresente e frequentemente silencia a palavra”, é sublinhado.

Para o curador, se “o livro parece estar a perder lugar na nossa cultura”, então, “valorizar a leitura, escutar a palavra dita e refletir a partir dela são atos de resistência.”

Este é o desafio do ciclo de leituras “By the book” que começa na quarta-feira, dia 19, a partir das 18 horas, no Centro de Arte e Cultura da FEA.

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