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1916-2020

Morreu o ator Kirk Douglas. Até sempre, "Spartacus"

05 fev, 2020 - 23:36 • Redação com agências

Entrou em competições de luta livre, foi militar durante a II Guerra Mundial e estrela da época dourada do cinema norte-americano. Kirk Douglas morreu aos 103 anos e deixa-nos tesouros da sétima arte como "Spartacus", "Caminhos da Glória" ou "O Grande Ídolo", em que vestiu a pele de um pugilista.

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Morreu o ator norte-americano Kirk Douglas, lenda do cinema e um dos últimos resistentes da chamada "era dourada" de Hollywood. Tinha 103 anos.

"É com muita tristeza que eu e os meus irmãos anunciamos que Kirk Douglas nos deixou hoje aos 103 anos. Para o mundo era uma lenda, um ator na era de ouro do cinema (...), mas para mim e para os meus irmãos, Joel e Peter, era apenas um pai", escreveu o filho e ator Michael Douglas na página oficial na rede social Facebook.

Kirk Douglas deixa "um legado no cinema que vai perdurar nas gerações futuras e uma história enquanto um filantropo de renome, que trabalhou para ajudar o público e trazer paz ao planeta", prossegue a mensagem do filho.

A carreira de Kirk Douglas começou no teatro e atravessou sete décadas.

Foi o protagonista em dezenas de filmes, como "Caminhos da Glória" (1958), realizado por Stanley Kubrick, "20 mil Léguas Submarinas" ou o imortal "Spartacus", que estreou em 1960. Em "Spartacus" contracenou com estrelas como Laurence Olivier, Tony Curtis, Peter Ustinov e Jean Simmons.

Foi nomeado três vezes para o Óscar, pelas suas interpretações em "I Walk Alone" (1948) e "Champion" (O Grande Ídolo, 1949), e como produtor em "The bad and the beautiful" (Assim estava escrito, 1952). Mas só haveria de conquistar a estatueta dourada em 1996, quando foi homenageado pela Academia com um Óscar honorário.

O ator norte-americano também recebeu o Cecil B. DeMille, em 1968, que reconhece os artistas que tiveram um grande impacto no mundo do entretenimento.

Filho de imigrantes judeus, oriundos da Bielorrússia, Kirk Douglas nasceu a 9 de dezembro de 1916, na cidade de Amsterdam, no estado de Nova Iorque.

Os pais chamaram-lhe Issur Danielovitch, mais tarde passou a ser conhecido como Izzy Demsky, até adotar o nome artístico de Kirk Douglas.

Bom aluno e desportista - participou em competições de luta livre na universidade -, apaixonou-se pela representação. Conseguiu uma bolsa de estudo e um lugar na Academia Americana de Artes Dramáticas.

Conseguiu alguns pequenos papéis em peças de teatro da Broadway, até ingressar na Marinha dos EUA, em 1941. Prosseguiu a vida militar até 1945, ano em que terminou a II Guerra Mundial.

Regressou à vida civil e, no ano seguinte, estreou-se no cinema, com o filme "The Strange Love of Martha Ivers".

Kirk Douglas, considerado uma das figuras mais respeitadas de Hollywood, fez uma das últimas aparições em público na cerimónia dos Globos de Ouro de 2018.

O ator esteve casado com Diana Douglas, entre 1943 e 1951, e com Anne Douglas, desde 1954.

Hollywood despede-se de Kirk Douglas

Assim que foi conhecida a notícia da morte do ator, seguiu-se uma onda de reações e mensagens de reconhecimento de parceiros do cinema e do mundo das artes.

O realizador Steven Spielberg disse ter sido uma honra trabalhar com Kirk Douglas, que é uma inspiração e conseguiu "conservar o carisma de estrela de cinema até ao fim da sua vida maravilhosa".

"Vou sentir falta das suas notas escritas à mão, cartas e conselhos paternais, a sua coragem e sabedoria", disse Steven Spielberg, em comunicado.

A atriz Jamie Lee Curtis, filha de Tony Curtis, que contracenou com Kirk Douglas em "Spartacus", deixou uma sentida mensagem: "o meu pai amava-te como o mundo te ama. A tua paixão. Talento. Política. Família. Arte. Força."

O ator William Shatner, celebrizado pela saga "Caminho das Estrelas", diz adeus a um "ícone incrível" da indústria do cinema e endereçou condolências à família.

Através das redes sociais, a Academia dos Óscares disse "adeus a uma lenda de Hollywood".


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