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​Pires de Lima condena “comportamentos tribais” no CDS e é vaiado

25 jan, 2020 - 19:07 • Eunice Lourenço , Susana Madureira Martins

Antigo ministro apoia João Almeida e inflamou congresso com ataque a Francisco Rodrigues dos Santos.

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Começou aplaudido e acabou apupado. António Pires de Lima, antigo ministro da Economia e ex-dirigente do CDS, subiu ao palco do congresso de Aveiro para anunciar apoio a João Almeida, mas aproveitou também para lançar o mais duro ataque a Francisco Rodrigues dos Santos, o que lhe valeu uma vaia como ainda não se tinha ouvido neste congresso.

“Não quero ver o CDS voltar aos comportamentos tribais” de 1996, 1997, “demos tempo ao Francisco para apurar a sua cultura democrática”, disse Pires Lima, arrancando uma vaia que quase não o deixava prosseguir.

O antigo ministro concluiu dizendo que espera que não seja esse comportamento a sair vencedor deste congresso.

“Aprender com os erros é obrigatório. A euforia é péssima conselheira”, tinha começado por dizer António Pires de Lima, que lembrou que Assunção Cristas viu a sua estratégia aprovada por 88% dos votos no congresso de Lamego, há dois anos.

Esses votos, continuou, embalaram o partido num “registo de autossuficiência e ambição máxima” que o levaram a não estabelecer pontes com ninguém.

“Perdemos por nos termos transformado na perceção de 96% dos portugueses num voto inútil”, afirmou o ex-ministro, avançando para o presente. E no presente, diz que vê na moção de Francisco Rodrigues dos Santos “a mesma linha de autossuficiência” que levou o CDS ao pior resultado de sempre.

Na abertura da sua moção, Francisco Rodrigues dos Santos trata os adversários políticos do CDS por “quadrilha” e António Pires de Lima entende que “os adversários são essenciais à democracia”, pelo que receia que “quem trata assim os adversários de outros partidos” venha a tratar assim os adversários internos se tiver poder dentro do CDS.

“Francisco começa por mostrar respeito pelos adversários”, aconselhou Pires de Lima, num momento em que começaram assobios e apupos na sala.

Ainda conseguiu prosseguir, no meio de uma vaia, para a condenação dos “tribalismos” dentro do partido e foi já depois de pedidos de silencio por parte do presidente do Congresso que conseguiu verbalizar o seu apoio a João Almeida.

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