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Luanda Leaks. Gestor de Isabel dos Santos renuncia à presidência do Banco de Fomento Angola

23 jan, 2020 - 09:57 • Lusa

Mário Leite Silva renunciou ao cargo, com efeitos a partir de 22 de janeiro.

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O presidente do Conselho de Administração do Banco de Fomento Angola (BFA), Mário Leite Silva, gestor de Isabel dos Santos, renunciou ao cargo.

A renúncia tem efeitos a partir de 22 de janeiro. A informação, a que a Lusa teve acesso, foi transmitida esta quinta-feira aos trabalhadores do banco angolano.

Mário Leite Silva é um dos facilitadores portugueses dos negócios de Isabel dos Santos que envolvem esquemas financeiros suspeitos, revelados na investigação jornalística conhecida como Luanda Leaks.

A Procuradoria-Geral da República anunciou na quarta-feira que Isabel dos Santos foi constituída arguida por alegada má gestão e desvio de fundos durante a sua passagem pela Sonangol, tal como alguns cidadãos portugueses, entre os quais Mário Leite da Silva.

O português, braço direito da filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos assumiu o cargo de presidente do BFA em janeiro de 2017, após a assinatura do acordo de compra de 2% do BFA pela Unitel, sendo eleito para o triénio 2017-2019.

O gestor foi também alvo, tal como Isabel dos Santos e o seu marido, Sindika Dokolo, do arresto preventivo de participações em empresas e contas bancárias decidido em dezembro pelo Tribunal Provincial de Luanda.

No conselho de administração do BFA está também outro dos gestores próximos de Isabel dos Santos, António Domingues, ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos, como vice-presidente.

Um cargo que chegou também a ser ocupado por Isabel dos Santos, segundo o relatório e contas de 2017, ano em que a assembleia geral de acionistas aprovou a nomeação dos órgãos sociais para o triénio 2017-2019.

O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) com base em mais de 715 mil ficheiros. O Luanda Leaks detalha esquemas financeiros da empresária angolana e do marido que lhes terão permitido desviar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais, alegações que Isabel dos Santos considera "completamente infundadas".

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