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Quercus

Ambientalistas alertaram em 2018 para risco de cheias no Mondego. "Lamentavelmente, não serviu de nada"

22 dez, 2019 - 19:38 • Lusa com Redação

Em causa estava, então, a realização de obras na Albufeira do Açude-Ponte, em Coimbra. Quercus dizia em 2018 que “o gigantesco aterro que está a ser efetuado no rio Mondego vai provocar graves problemas em termos de retorno das cheias", com prejuízos para todo o vale do Mondego a jusante de Coimbra, "nomeadamente para a produção agrícola e nas localidades ribeirinhas".

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A associação ambientalista Quercus disse este domingo que já em 2018 tinha antecipado um cenário de cheias no Baixo Mondego decorrente da deposição de inertes após as obras de desassoreamento da albufeira do açude-ponte em Coimbra. “A Quercus relembra que esta era um cenário que antecipámos. Lamentavelmente, os alertas de nada serviram e centenas de pessoas veem as suas casas em risco”, refere aquela associação, numa nota.

No documento, a Quercus anexa um comunicado divulgado em 25 de julho de 2018, com o título “Construção de aterro do rio Mondego é um absurdo - Quercus alerta para o risco de cheias no baixo Mondego”.

Nesse comunicado, a Quercus dizia que “o gigantesco aterro que está a ser efetuado no rio Mondego vai provocar graves problemas em termos de retorno das cheias e assoreamento do rio, com prejuízos para todo o vale do Mondego a jusante de Coimbra, nomeadamente para a produção agrícola e nas localidades ribeirinhas".

A associação acrescentava ainda que a delegação do Centro da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) não permitiu a consulta da documentação do processo e que por isso pediu, na altura, o “esclarecimento público e a responsabilização pelos prejuízos decorrentes deste projeto”.

“O projeto previa dragar o rio Mondego, com três localizações possíveis para a deposição temporária dos inertes dragados em cerca de 50 hectares, junto da cidade de Coimbra. No entanto, também prévia que os inertes excedentários fossem depositados no leito do rio a jusante do açude-ponte, apesar de existirem estudos que referem que este troço do Mondego está também assoreado. Deste modo, a decisão da APA – Agência Portuguesa do Ambiente - de permitir a deposição dos inertes no leito do rio no baixo Mondego foi incompreensível”, dizia ainda o comunicado de 2018.

Os impactes sobre a fauna fluvial e nomeadamente sobre os peixes migradores, de que são exemplo o sável, a lampreia-marinha ou a enguia-europeia, não foram devidamente acautelados, também questionou na altura a Quercus.

Apesar de tudo, o comunicado garantia que o “‘Desassoreamento da Albufeira do Açude-Ponte em Coimbra’ promovido pela APA – Agência Portuguesa do Ambiente e Câmara Municipal de Coimbra é necessário, devido à má gestão da bacia hidrográfica do rio Mondego e tem como objetivo principal reduzir o risco de cheias na cidade de Coimbra”.

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  • Desabafo Assim
    22 dez, 2019 23:10
    Esta neblina entre o chão e a estrelas chamo céu e tem um só senhor, prever o que fará é pura arrogância, neste Verão vimos o maçarico à frente da cara agora está pausa da chuva na véspera do solstício, parabéns anjo de Portugal.

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