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Casa Comum - Orçamento e violência na Saúde - 15/01/2020

Rangel e Assis acreditam que Orçamento será aprovado na especialidade

15 jan, 2020 • José Pedro Frazão


Nesta edição do Casa Comum, os comentadores da Renascença falaram ainda dos casos de agressões na saúde, da crise do Irão e do Brexit.

Francisco Assis e Paulo Rangel acreditam que o Orçamento do Estado será aprovado na especialidade pelas mesmas forças políticas que viabilizaram a sua passagem na generalidade.

“Pelo menos durante dois anos haverá uma continuidade com a linha essencial do passado. Este alinhamento deverá repetir-se no próximo Orçamento. Depois disso já não sei porque a dinâmica política é muito volátil. E extremamente difícil justificar um voto contra o Orçamento por estes partidos”, acredita Paulo Rangel.

Já Francisco Assis pensa que “essas vantagens poderão prolongar-se ainda para o próximo ano.”

“Os partidos à esquerda do PS de alguma forma não estão tão insatisfeitos com a situação como apregoam. Eles têm um objetivo fundamental e que está garantido para lá do Orçamento: impedir qualquer diálogo útil entre o PS e o espaço político do centro-direita em Portugal. E isso conseguiram-no”.

Segurança na Saúde

O tema das agressões a profissionais de saúde também foi tema de debate. Paulo Rangel diz que há um “caldo explosivo na saúde” que leva os utentes a ter estes comportamentos e Francisco Assis diz que mais dinheiro não chega porque há um “sério problema de gestão” que só se resolve com um “grande entendimento entre partidos ao centro”.

“Não é um problema só de dinheiro. É também um problema de gestão e de medidas. A pressão é tal que os utentes, perante desespero de consultas sucessivamente adiadas e ausência de respostas atempadas pelos profissionais de saúde porque estes não têm mãos a medir, acabam por reagir de forma extemporânea. Percebemos que há aqui um caldo explosivo que é compreensível até em termos psicológicos”, afirma Paulo Rangel.

O eurodeputado do PSD acrescenta que “têm que ser tomadas medidas para a segurança, com certeza. Essas são medidas de emergência para conter este fenómeno se é que ele está a ter características mais sistémicas. Mas por serem assim sistémicas, a solução verdadeira para este problema é olhar para o Serviço Nacional de Saúde como uma prioridade e não como o Governo, por propaganda e até por má consciência do estado a que o conduziu, o deixa para aí.”

“Não tenho nenhuma esperança de melhorias no SNS”, sentencia.

Francisco Assis concorda no que diz respeito ao facto de o problema não se resolver só com soluções financeiras. “O problema não se resolve com mais dinheiro. É verdade que o Governo aumentou este ano as verbas destinadas à saúde, mas não acredito que isso venha a resolver estruturalmente coisa nenhuma. Pelo contrário, pode até agravar-se se porventura não for bem tratado. Pode criar a ilusão de que pode resolver aqui e ali, mas estruturalmente não vai resolver nada.”

“Há aqui um problema sério de gestão. Com os anos vão-se avolumando situações verdadeiramente caóticas e os sectores mais desfavorecidos são profundamente sacrificados”, afirma ainda.

Para o socialista, este é um ponto perfeito para se apostar num entendimento entre os diferentes partidos. “Este é um dos temas em que seria muito importante que se procurasse um grande entendimento entre os partidos que se situam mais ao centro do espectro político português. Só aí acreditaria numa verdadeira reforma que pudesse ter um impacto positivo no funcionamento do Serviço Nacional de Saúde”, conclui.

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