14 jan, 2020 - 17:31 • Redação
O município do Porto apresentou, esta terça-feira, o programa comemorativo que irá assinalar, ao longo de todo o ano, os 200 anos da Revolução Liberal de 1820.
O presidente da câmara, Rui Moreira, escolheu Pedro Baptista, antigo deputado do Partido Socialista, para comissário geral das comemorações e considera que delinearam uma “programação diversa e aberta a todos”, dirigida a “um público mais erudito e menos erudito”.
O objetivo é que todos percebam o significado desta revolução, num contexto em que os portuenses “se sentiam abandonados” pelo país, depois do que sofreram com as invasões francesas, explicou o líder do executivo.
As celebrações têm início a 20 de fevereiro, com uma exposição da Casa do Infante, que permanecerá aberta ao público até 6 de setembro. Até ao fim do ano, existirão várias outras iniciativas, entre concertos, congressos, colóquios, e ainda um ciclo de cinema.
o comissário das comemorações, Pedro Baptista, realçou a importância de assinalar esta efeméride “ao mais alto nível”, tendo em conta que foi um momento histórico que marcou “a entrada na modernidade” e demonstrou o papel do Porto na “afirmação patriótica da nacionalidade”.
Rui Moreira lamentou que a Assembleia da República tenha recusado o convite para se associar a este programa, tanto mais que encontrou grande adesão às celebrações por parte da sociedade civil, incluindo várias universidades e associações,
“Admitia que a Assembleia da República, passados tantos anos, apesar de estar em Lisboa, já não teria grande embaraço por o Porto comemorar esta Revolução. [Mas] recebi de um amanuense uma carta a dizer que a Assembleia da República não se queria associar a isto", afirmou Moreira, ressalvando, contudo, que irá convidar novamente o Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, por considerar importante a sua participação.
Para o dia 24 de agosto, data em que assinalam, de facto, os 200 anos desde este momento histórico, estão previstos um colóquio e um concerto. No dia anterior, acontecerá o desfile de São Bartolomeu, na Foz do Douro, que este ano terá esta revolução como tema.
A Revolução de 1820, que trouxe de volta para Portugal as Cortes instaladas no Brasil desde 1808 e abriu caminho para o constitucionalismo no país, teve início no Porto, pela mão do “Sinédrio”, um grupo liderado por Manuel Fernandes Tomás.