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​Constantino Sakellarides

Consultor para a Saúde defende exclusividade para diretores do SNS

13 jan, 2020 - 11:26 • Miguel Coelho , Cristina Nascimento

Antigo diretor-geral da Saúde elogia prioridade dada pelo Governo e diz que principal desafio é transformar o Serviço Nacional de Saúde “num serviço do nosso tempo”.

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Constantino Sakellarides, antigo consultor para a área da Saúde no primeiro Governo de António, defende que os profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) devem ter um regime de exclusividade.

Em entrevista ao programa da Renascença “As Três da Manhã”, Sakellarides, também antigo diretor-geral da Saúde, diz não ser possível avançar com essa exclusividade para todos em simultâneo e, por isso, considera prioritário começar pelas direções. Diz também ser “importante” a determinação política de tornar a saúde uma prioridade e diz que principal desafio é transformar o SNS “num serviço do nosso tempo”.

O Orçamento do Estado para 2020 prevê um orçamento para o setor superior a 11 mil milhões de euros, aumentando 941 milhões face ao orçamento inicial deste ano de 2019.

Como é que vê estes anúncios que elegem a saúde como prioridade?

É tempo para que a saúde seja uma prioridade do Governo. As razões são evidentes. Não direi que nos últimos quatro anos as coisas andaram para trás, talvez se possa dizer que não andaram para a frente suficientemente depressa. O anúncio agora de uma prioridade política para a saúde é importante.

O que é que deve ser a prioridade? Onde é que os 11 mil milhões de euros fazem mais falta?

A prioridade parece-me clara: transformar o SNS num serviço do nosso tempo. A sociedade portuguesa, como as outras europeias, evoluíram nas últimas décadas para sociedade envelhecidas. O envelhecimento traz para a saúde problemas novos que o atual SNS não responde suficientemente bem.

Como se trava a sangria de profissionais, quando o setor privado continua a crescer e a pagar mais do que o SNS?

A questão não está só relacionada com dinheiro, também é, mas não é só dinheiro. As pessoas precisam de sentir que são importantes para o SNS. Quando a pessoa está insatisfeita, quando pede para encurtar o seu período no SNS, quando pensa em sair, que haja uma reação pronta para perceber o que está mal, que condições podem ser oferecidas para assegurar que essa pessoa gosta desta camisola do SNS.

E a exclusividade deve ou não ser o caminho?

A exclusividade não pode ser instantânea para toda a gente, por razões óbvias, mas o que podemos fazer é assegurar que, pelo menos, as direções, as pessoas responsáveis pelas direções dos vários serviços do SNS vistam a camisola, tenham uma situação de exclusividade em relação ao SNS e isso é possível até num curto prazo. Não se compreende que aqueles que dirigem não estejam com atenção, vontade, empenhamento, presença, coordenação e exemplo a tempo completo no SNS.

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