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Papa despede-se de 2019 com elogio às periferias, escolhidas por Jesus

31 dez, 2019 - 17:05 • Redação com Ecclesia

Francisco convida a dedicar tempo aos outros, para construir cidades mais justas e fraternas.

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"Escutar é já um acto de amor". Papa despede-se de 2019
"Escutar é já um acto de amor". Papa despede-se de 2019

O Papa Francisco encerrou esta terça-feira o ano com a oração de Vésperas e “Te Deum”, no Vaticano, sublinhando a importância das periferias na vida de Jesus.

“É extraordinária esta escolha de Deus: não muda a história através de homens poderosos das instituições civis e religiosas, mas a partir de mulheres da periferia do império [Romano], como Maria”, referiu, na homilia da celebração, na Basílica de São Pedro.

A intervenção alertou para a tentação de ligar a presença de Deus apenas “ao templo”, realçando que a vida de Jesus passou, sobretudo, “pela cidade pequena e a cidade desprezada”, ao lado “do povo dos pecadores e dos descartados”.

“Somos chamados a encontrar os outros e a escutar a sua existência, o seu grito de ajuda. Escutar é já um ato de amor! Ter tempo para os outros, dialogar, reconhecer com um olhar contemplativo a presença e a acção de Deus nas suas existências, testemunhar com os factos, mais do com as palavras, a vida nova do Evangelho, é um verdadeiro serviço de amor que muda a realidade. Se assim fizermos, na cidade e também na Igreja, circula ar fresco, vontade de se pôr a caminho, de superar as velhas lógicas de contraposição e as barreiras, para colaborar em conjunto e edificar uma cidade mais justa e fraterna”, convidou o pontífice.

Francisco defendeu que ter tempo para os outros, “dialogando, reconhecendo com um olhar contemplativo a presença e a ação de Deus nas suas vidas, testemunhando a nova vida do Evangelho com obras e não com palavras”, é “um serviço de amor que muda a realidade”.

“Ao fazê-lo, de facto, circula um novo ar na cidade e também na Igreja, o desejo de voltar à estrada, de superar a velha lógica da oposição e das cercas, para colaborar juntos, construindo uma cidade mais justa e fraterna”, acrescentou.

Como bispo de Roma, o Papa Francisco deixou a habitual mensagem à população da cidade, no último dia do ano, encorajando-os a “trabalhar pela paz”.

“Roma não é apenas uma cidade complicada, com tantos problemas, desigualdades, corrupção e tensões sociais. Roma é uma cidade à qual Deus envia a sua Palavra”, declarou.

O Papa elogiou as pessoas “corajosas”, crentes e não-crentes, que representam o coração da cidade.

"Na verdade, Deus nunca desistiu de mudar a história e o rosto da nossa cidade, através do povo dos pequenos e dos pobres que nela habitam. Escolhe-os, inspira-os, motiva-os para a ação, torna-os solidários, leva-os a para ativar redes, criar vínculos virtuosos, construir pontes e não muros”, sublinhou.

O momento de oração termina com o hino “Adeste Fideles”, cuja autoria tem sido atribuída ao rei D. João IV (1604-1656). A celebração contou com o tradicional “Te Deum” ("Nós te louvamos, Senhor"), um dos mais antigos hinos litúrgicos que é cantado em celebrações solenes de ação de graças desde o século IV.

Após a celebração, o Papa segue para a Praça de São Pedro, junto de centenas de peregrinos, para rezar diante do presépio ali instalado.

Na sua conta ‘@Pontifex_pt’, do Twitter, Francisco escreveu: “É bonito estar diante do #presépio e ali confiar ao Senhor a nossa vida, falar com Ele sobre as pessoas e situações que estão no nosso coração, fazer com Ele um balanço do ano que está terminando, partilhar as nossas expectativas e preocupações”.

Esta quarta-feira, primeiro dia de 2020, o Papa Francisco vai presidir à Missa da solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, por ocasião do Dia Mundial da Paz.

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