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Ministério da Saúde condena "atos de violência" contra profissionais de saúde

29 dez, 2019 - 09:47 • Lusa

Médica do Serviço de Urgência do Hospital de São Bernardo foi agredida e teve de ser operada de urgência devido a uma lesão oftalmológica.

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O Ministério da Saúde condenou “todos os atos de violência” contra os profissionais de saúde depois de uma médica ter sido agredida quando assegurava o Serviço de Urgência do Hospital de São Bernardo, em Setúbal.

“Ao tomar conhecimento da agressão ocorrida no Serviço de Urgência do Hospital de Setúbal contra uma profissional de saúde, o Ministério da Saúde reitera a condenação de todos os atos de violência, nomeadamente contra os profissionais que se encontram no exercício de funções assistenciais”, afirma num comunicado publicado no Portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O caso de agressão contra a médica, ocorrido na sexta-feira, também foi condenado pela Ordem dos Médicos, que exigiu uma "intervenção urgente" do Ministério da Saúde, do Ministério Público e de outras entidades.

Em comunicado divulgado no sábado, a Ordem dos Médicos considera o ocorrido "absolutamente inaceitável", lembra que configura crime público e pede intervenção urgente das entidades governamentais e judiciárias.

“A nossa primeira palavra de solidariedade é para com a nossa colega violentada em pleno local de trabalho. Não é de todo aceitável que quem está a salvar vidas não veja a sua própria vida devidamente protegida”, refere o bastonário da OM, Miguel Guimarães.

A OM alerta que os casos de violência contra profissionais de saúde estão a aumentar e lamenta que "este aumento exponencial da violência seja mais um sinal de que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não está bem".

O aumento dos casos de violência e de 'burnout' levou a OM a criar em maio o Gabinete Nacional de Apoio ao Médico.

Médica agredida foi operada de urgência

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) também condenou o ato e manifestou a sua solidariedade com “a médica barbaramente agredida”, que acabou por ter de ser operada de urgência a lesão oftalmológica no Hospital de São José.

Em comunicado publicado no site, o SIM manifesta o seu “veemente protesto por, mais uma vez, este crime público ser encarado por parte de alguns protagonistas do sistema de justiça com alguma ligeireza restituindo o agressor à liberdade e perpetuando o sentimento de impunidade”.

O SIM defende a necessidade de os médicos tomarem medidas que possam prevenir e dissuadir este tipo de comportamentos, tendo elaborado para os seus associados instruções sobre o que fazer em caso de violência praticada contra os trabalhadores médicos.

“Será de equacionar ainda que em situações semelhantes os médicos ao serviço interrompam a sua atividade - à exceção dos doentes laranja e vermelhos - em solidariedade para com as vítimas e até que estejam restabelecidas plenas condições de segurança”, afirma no comunicado.

Segundo noticiou o Correio da Manhã, a médica, de 65 anos, foi esbofeteada e espancada, e teve que ser operada a um olho, depois de ter sido agredida por uma mulher de 25 anos, que ficou em liberdade apesar de ter espancado violentamente a médica que a atendeu na Urgência do Hospital de São Bernardo, Setúbal.

A agressão, de acordo com o jornal, resultou do facto da médica ter informado a agressora de que não estava grávida e que, por isso, poderia aguardar pelo exame na sala de espera.

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  • Cidadao
    29 dez, 2019 Lisboa 11:52
    Falar é fácil e não custa. Mas ter policia nas escolas, hospitais, Tribunais e outros locais onde as agressões acontecem, isso é que não, não é? Ah, isso era um polícia em cada esquina e não há efetivos para tal. O que começa por não haver é vontade efetiva de resolver o problema. Não era preciso um polícia em cada esquina mas sim nas unidades onde pode haver violência. E os efetivos aparecem, assim deixem de consagrar x dinheiro para contratações mas cativarem metade desse dinheiro logo em seguida. Nem vou dizer "deixem de enviar dinheiro para a Banca, para perpetuar o manter à tona bancos mais que falidos". Vou dizer "façam o que vos compete" e já agora mudem também a porcaria da Lei: a agressora nem um dia ficou presa, saiu logo em liberdade depois do que fêz. É este falhanço clamoroso das Leis e da justiça que leva a começar a pensar noutro tipo de "justiça". É que se a agressora soubesse que logo após o ato, era ali mesmo que ia levar uma sova das antigas, daquelas de ficar a precisar de ajuda para se levantar do chão e ir até à maca, aposto que nem pensava em levantar o traseiro da cadeira, quanto mais agredir alguém.

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