20 dez, 2019
Nesta altura do Natal e do fim do ano – que, no que nos diz respeito, coincidiu este ano com a apresentação do Orçamento do Estado - é costume olhar para as projecções económicas, tentado formar uma visão do que nos pode esperar no próximo ano.
A verdade é que na actualidade, dificilmente este exercício poderia ser mais desinteressante.
Não há razões para crer que a nossa economia vá acelerar significativamente – o mais provável é apresentar um crescimento idêntico ao de 2019 ou até um pouco inferior (menos que 2%, o que não entusiasma ninguém), a taxa de desemprego deverá ter um ligeiro decréscimo, a balança de pagamentos continuará equilibrada.
Nesta economia de faz de conta que impera na União Europeia é atribuída grande importância e são lançados numerosos foguetes ao previsto excedente orçamental, resultado aliás completamente inadequado à situação estrutural do País– mas a economia de faz de conta não se preocupa com essas minudências estruturais como sejam necessidades de investimento público em capital físico e humano que continuam subfinanciados para permitir esse milagroso excedente.
Mas, claro a enorme incerteza existente sobre a evolução económica mundial, agravada pelas trapalhadas em que a União Europeia tem sido fértil nos últimos anos poderão afectar este cenário de estabilidade, ainda que pouco brilhante. Temeu-se uma recessão durante 2019 e não se verificou (não havia aliás indícios fores de recessão). Mas os mais pessimistas poderão admitir que ela se possa verificar em 2020, embora, a meu ver, não seja um cenário provável.
A ver vamos.