05 nov, 2019 - 14:23 • Redação com Lusa. Fotos: EPA
O Chile continua a viver uma agitação social sem precedentes desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), com manifestações maciças nas ruas iniciadas a 14 de outubro e reprimidas pelas forças de segurança. Desde então, pelo menos 20 pessoas já morreram em confrontos com a polícia e os militares.
Inicialmente convocados pelo grupo Unidade Social, que inclui 70 organizações sindicais e sociais, sob o tema "Superlunes" (supersegunda), ao início da terceira semana os protestos voltaram, uma vez mais, a redundar em confrontos entre ativistas e as autoridades.
O movimento de protesto foi desencadeado pelo aumento do preço dos bilhetes de metro na capital, medida que foi entretanto suspensa, mas que não chegou para travar as manifestações.
As cenas de violência não ocorreram apenas em Santiago do Chile. Outras cidades, como Antofagasta, onde o negócio do cobre está a ser fortemente afetado pelas manifestações, também registaram confrontos.
Até ao momento, os protestos fizeram pelo menos 20 mortos, 600 feridos e mais de 6 mil detidos.
Além da revisão constitucional e da reforma do sistema de pensões, os manifestantes exigem reformas do modelo económico ultraliberal do país, um dos mais pobres e que regista mais desigualdades em toda a América Latina.