10 dez, 2019 - 20:10 • José Pedro Frazão , enviado a Madrid, com Redação
A substituição das centrais a carvão até 2023 vai implicar a construção de uma linha de alta tensão, para garantir o abastecimento de electricidade ao Algarve, conforme afirmou esta terça-feira o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
O fecho das centrais do Pego em 2021 e de Sines em 2023 é uma medida central para o roteiro de neutralidade carbónica até 2050. No entanto, o ministro do Ambiente diz que será preciso investir nas barragens do Tâmega e na rede de alta tensão no sul do país.
"Teremos de ter, até 2023, duas coisas novas para dar resistência e segurança de abastecimento ao próprio sistema: colocar o sistema de barragens do Alto Tâmega a funcionar e uma nova linha de alta tensão que passe por Ferreira do Alentejo e que liga ao Algarve", sublinhou Matos Fernandes, na 25.ª Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, em Madrid.
Matos Fernandes frisou que "o encerramento de Sines é irrelevante do ponto de vista da segurança do abastecimento", a partir do momento em que as barragens do Alto Tâmega sejam "uma grande fonte de produção de eletricidade" e a nova linha de alta tensão abasteça o Algarve.
"O Algarve tem, neste momento, duas grandes linhas de alta tensão. Uma vinda de Portugal e outra de Huelva, em Espanha. É fundamental termos uma terceira, para podermos ter a certeza absoluta do abastecimento. Até essa altura, essa linha estará construída", assegurou o ministro do Ambiente, que recusou fazer comentários sobre o orçamento de Estado para 2020.