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Líder da Renamo critica uso de mercenários russos

07 dez, 2019 - 22:06 • Lusa

Estima-se que haja centenas de mortos vítimas dos ataques.

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O líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) acusou, este sábado, o Governo de Moçambique de ter falhado ao contratar mercenários russos para liquidar insurgentes islâmicos no norte do país, ignorando o real problema das populações.

"O Governo de Moçambique foi à Rússia e trouxe de lá mercenários", mas "esses que fizeram a intervenção militar hoje já não estão lá" porque "viram que alguma coisa está errada", não conseguindo resolver os problemas, que "têm razão profundas" e mostram as divisões sociais e económicas daquela região, afirmou Ossufo Momade.

"O envolvimento dos estrangeiros está a diluir aquilo que é o pensamento dos moçambicanos" sobre os conflitos sociais e religiosos que estão na origem dos ataques a alvos civis ou ligados ao setor petrolífero, que está a fazer fortes investimentos na província de Cabo Delgado, considerou, em entrevista à agência Lusa.

O dirigente da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, disse que "a primeira coisa" que "queria que o Governo fizesse era apresentar o caso do conflito de Cabo Delgado na Assembleia da República, mas ainda não fez", promovendo a discussão sobre o melhor modo de resolver os problemas.

Estima-se que haja centenas de mortos vítimas dos ataques e, para lidar com esses problemas, a "União Europeia tinha um outro pensamento", que previa investimentos sociais e económicos junto das comunidades para obter "um bom resultado em Cabo Delgado", destacou Momade.

"Nós não concordamos com uma intervenção militar", afirmou o líder da Renamo, acrescentado que, porém, "nunca o Governo veio a público dizer a origem [desses grupos] ou quem são", preferindo "aldrabar a população moçambicana" e vedar o território à imprensa.

"Cada dia que passa, moçambicanos morrem, as suas residências são destruídas, mas ninguém sabe o que se está a passar em Cabo Delgado" e "esta situação está a alastrar-se para outros distritos", avisou.

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