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Incêndios. Plano de combate apresentado no fim do mandato do observatório que o devia validar

05 dez, 2019 - 09:00 • João Cunha , Joana Gonçalves

Observatório Técnico Independente, responsável pela avaliação do documento, termina o mandato no final do mês.

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O Governo apresenta esta quinta-feira o Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais, um documento que tem como objetivo reduzir para metade a área ardida em Portugal.

O relatório, que prevê um novo modelo de governação e gestão do risco, é entregue ao Observatório Técnico Independente cujo mandato termina daqui a 26 dias.

Confrontado com o atraso na apresentação deste plano ao observatório - criado para avaliar o trabalho de combate aos incêndios florestais - o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, defende que o documento estava “muito desadaptado” e acrescenta que os últimos dois anos foram “muito intensos”.

“O plano que nós temos hoje é de 2006, estando muito desadaptado daquilo que é a realidade de hoje - quer a realidade do território que a própria realidade de organização”, disse Matos Fernandes, em entrevista à Renascença.

“Gostaríamos de ter tido este plano mais cedo, mas estes dois anos foram anos muito intensos, tanto no trabalho ao combate, como no lançamento de uma dimensão completamente diferente de prevenção”, justifica.

O documento prevê, ainda, o desenvolvimento de programas de ação regionais e a aposta na especialização e qualificação dos agentes de Proteção Civil. Matos Fernandes aponta a gestão da paisagem como um dos “grandes objetivos”

“Temos que mexer em 1,2 milhões de euros de hectares em dez anos, isto é sensivelmente um quinto da área de florestas, matos e pastagens que existem em Portugal, para conseguirmos ter os mosaicos de paisagem necessários que garantem a interrupção de fogo”, explica.

O ministro do Ambiente adianta que o relatório fixa, ainda, metas claras para a recuperação de áreas ardidas.

“Não podem voltar a acontecer incêndios com mais de 500 hectares que não tenham um plano de recuperação imediatamente após”.

Este ano, Portugal registou 14 incêndios com esta dimensão.

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