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Relatório PISA. Alunos portugueses pioraram nos últimos três anos

03 dez, 2019 - 08:12 • Redação

O documento divulgado nesta terça-feira mostra descidas no desempenho ao nível da leitura e das Ciências e estagnação a Matemática.

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Os alunos portugueses pioraram na leitura e nas Ciências e não evoluíram na Matemática, segundo os dados do PISA 2018 – o exame que avalia o conhecimento dos alunos de 15 anos nas áreas da Matemática, Ciências e leitura.

Os valores dos alunos portugueses baixaram desde 2015. Um em cada cinco alunos não consegue identificar a ideia principal de um texto.

Na área da leitura, as raparigas são melhores do que os rapazes, mas nas Ciências e na Matemática são elas que apresentam mais dificuldade.

O PISA (Programme for International Students Assessment) é um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), elaborado de três em três anos. Neste teste participaram 600 mil alunos (dos quais 5.900 são portugueses) de 79 países.

O Ministério da Educação considera que o sistema educativo português "é o único da OCDE que apresenta melhorias significativas" em leitura, matemática e ciências, desde a primeira edição do PISA, no ano 2000.

Dificuldades económicas refletem-se nos resultados

As dificuldades económicas continuam a ter efeitos negativos nos resultados escolares dos alunos portugueses, mas também nas suas expectativas, com 25% dos estudantes desfavorecidos e bons desempenhos sem perspetivas de concluir um curso superior, revela a OCDE.

A origem socioeconómica dos alunos é um "forte indicador" dos resultados dos alunos portugueses na leitura, matemática e ciências, defende a OCDE no relatório PISA de 2018.

Os resultados no PISA são contabilizados em pontos. Nas competências de leitura, por exemplo, os alunos portugueses registaram um resultado global de 492 pontos, alinhado com a média dos países da OCDE.

No entanto, o relatório indica que os resultados dos alunos de origem socioeconómica mais favorecida ficam 95 pontos acima dos que têm maiores dificuldades económica. Este diferencial é superior à média da OCDE nesta comparação, que é de 89 pontos.

Em 2009, o diferencial resultante da origem socioeconómica dos alunos era de 87 pontos, em linha com a média da OCDE.

Entre os alunos com desempenho de topo nas competências de leitura, 16% são de classes mais altas e apenas 2% de origem desfavorecida.

Ainda assim, o PISA 2018 aponta 10% de alunos de baixa condição socioeconómica que conseguiram resultados entre os 25% mais elevados obtidos pelos alunos portugueses em leitura, o que para a OCDE significa que a pobreza não tem que ser uma fatalidade.

Os resultados indicam ainda que um quarto dos alunos mais pobres, ainda que com bom desempenho académico, não perspetivam concluir um curso superior, o que entre os alunos mais favorecidos é um objetivo declarado pela quase totalidade.

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Comentários
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  • Joaquim Gomes
    24 abr, 2023 Estarreja 20:08
    É preciso acabar com a greve dos professores os professores não estão a ser seres humanos
  • ANTONIO FERREIRA
    04 dez, 2019 09:49
    Ando algo confuso com as noticias da "educação" pois pelo que ouvi ontem do Sr. Ministro da pasta até melhoramos. Digam-me a verdade ou as melhoras são devidas às decisões administrativas de não haver exames e à benevolência dessas passagens administrativas.
  • António Silva
    03 dez, 2019 11:55
    O que vale é que temos a geração melhor preparada de sempre…. O que quer que isso seja
  • António dos Santos
    03 dez, 2019 Coimbra 10:45
    Não é nenhuma admiração, pois a maioria dos professores, não têm o mínimo de capacidade e conhecimento para ensinar. Quem não tem, não pode dar!! No entanto o chulo do Mário Nogueira, só sabe pedir dinheiro e não formação!!!!!
  • Petervlg
    03 dez, 2019 Trofa 09:06
    Na maneira que esta a ser gerido o ensino, qual é a duvida? Temos os colégios e externatos a vender notas, temos o estado a obrigar os professores a passar os alunos sem saber pregunto novamente, qual é a duvida?

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