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Ainda o pernil para as festas. Colômbia envia 50 toneladas para a Venezuela

31 dez, 2017 - 10:53

Maduro chegou a culpar um alegado boicote internacional ligado, em sua opinião, às sanções impostas por Washington e a uma “sabotagem” de Portugal, de onde é importada esta carne.

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A Colômbia enviou 50 toneladas de pernil de porco para a Venezuela, onde tem escasseado este popular alimento de fim de ano, deixando irritados os venezuelanos que enfrentam dificuldades.

Os dois primeiros camiões oriundos da Colômbia transportando cerca de 50 toneladas de pernil chegaram sexta-feira à noite à Venezuela, informou uma fonte da direcção da Alfândega colombiana.

“Há outros camiões prontos (para sair), mas ainda não terminaram as formalidades”, acrescentou a mesma fonte.

A falta de pernil de porco levou à realização, nos últimos dias, de pequenas manifestações na Venezuela, onde as pessoas esperavam que esta mercadoria estivesse disponível e vendida a preços subsidiados para as celebrações do final do ano, como prometido pelo presidente Nicolás Maduro.

Maduro reconheceu que houve dificuldades na distribuição dos famosos pernis, mas justificou o problema com um alegado boicote internacional ligado, em sua opinião, às severas sanções financeiras impostas por Washington e a uma “sabotagem” de Portugal, de onde é importada esta carne.

Na sequência das declarações de Maduro, o ministro dos Negócios Estrangeiros português rejeitou sexta-feira a acusação de sabotagem à venda de carne de porco, frisando que Portugal é uma economia de mercado em que o governo não interfere nas relações entre empresas.

Depois foi o ministro da Agricultura Urbana, Freddy Bernal, que disse que afinal era a Colômbia que tinha 2.200 toneladas do produto retidas na fronteira.

Mais tarde Maduro voltando a fazer acusações, dirigindo-se ao presidente do parlamento, o opositor Julio Borges.

Segundo o Presidente venezuelano, Borges está há um mês fora do país “a conspirar para que ninguém venda um só produto à Venezuela, para que não chegue um barco à Venezuela e para que as importações necessárias (…) não cheguem”.

Afundados numa profunda crise política e económica, os venezuelanos enfrentam uma grave escassez de alimentos básicos e de medicamentos, enquanto o FMI prevê uma inflação de 2.300% em 2018.

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  • Cesar
    31 dez, 2017 Porto 17:06
    Caro Pedro Silva a imprensa compatriota também partilha o leme "a américa primeiro" o resto do mundo vai na onda, rebanhos.
  • Pedro Silva
    31 dez, 2017 Lisboa 11:18
    Em vez do regime da «Renascença» (des)informar com mentiras acerca deste assunto, tal como faz o resto da comunicação social neste país, deveria ler aquilo que escreveu o economista espanhol Alfredo Serrano Mancilla. O sistema financeiro internacional e as sanções impostas pelos Estados Unidos da América contribuíram muito para a situação económica e social que se vive na Venezuela. A notícia dada pelo «Correio da Manhã» que Nicolás Maduro não pagou aos seus fornecedores é uma enorme mentira, pois a República da Venezuela honrou sempre todos os seus compromissos de pagamento. Infelizmente, grande parte do sistema financeiro internacional tem vindo a propiciar nestes últimos anos a um esquema de bloqueio sobre as operações financeiras da Venezuela. Tal como os idênticos esquemas podres e de falta de informação vividos em empresas como o «Correio da Manhã», «TVI», «SIC», a «Renascença» desinforma os leitores, com intenção destes ficarem com uma ideia grotesca acerca da Venezuela e do seu presidente.

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