22 nov, 2019 - 13:34 • Vasco Gandra, correspondente em Bruxelas
Um grupo de 140 deputados de vários grupos políticos do Parlamento Europeu escreveram uma carta ao presidente da UEFA a pedir que o organismo que tutela o futebol europeu "combata vigorosamente" o racismo nos estádios, com medidas "urgentes". Cinco eurodeputados portugueses - Margarida Marques, Isabel Carvalhais, Álvaro Amaro, Marisa Matias e José Gusmão - subscreveram a carta que foi enviada esta semana.
A iniciativa surge após incidentes recentes em vários campeonatos nacionais e jogos internacionais um pouco por toda a Europa e que mancharam os eventos em questão. O incidente mais recente aconteceu num jogo da segunda divisão de futebol na Holanda onde se ouviram insultos racistas a partir das bancadas.
Na carta dirigida ao presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, os eurodeputados subscritores dizem-se "chocados com os incidentes racistas e discriminatórios", sublinham que "ninguém na comunidade do futebol deveria tolerar discriminações" e pedem "ação urgente" por parte daquele organismo.
Apesar de elogiarem a ação do presidente da UEFA, os parlamentares consideram que é "necessário fazer mais". Defendem que os passos previstos nos protocolos devem ser devidamente cumpridos pelos árbitros, como por exemplo o encaminhamento dos jogadores para os balneários ou a suspensão do jogo.
Pretendem também que as sanções deixem de ser simbólicas passando a outras medidas mais pesadas em casos repetidos de racismo e de discriminação nos estádios, incluindo "a expulsão de clubes e países dos torneios" de futebol.
Os deputados europeus pedem igualmente o reforço do investimento e do apoio para iniciativas educativas contra o racismo e a discriminação. "É um imperativo para nós lutar contra a intolerância e esperamos que tome ações", dizem os 140 eurodeputados que agora aguardam resposta da UEFA.