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Bolívia. Morales quer ONU a mediar crise e admite pedir intervenção do Papa

15 nov, 2019 - 10:00 • Lusa

Ex-governante apelou ao diálogo: "Quero dizer-lhes que teremos de recuperar a democracia, mas com muita paciência e luta pacífica".

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O ex-Presidente boliviano Evo Morales quer a ONU a mediar a crise política no país e admitiu pedir a intervenção da Igreja Católica e do Papa Francisco, numa entrevista divulgada pela agência de notícias Associated Press.

"Tenho muita confiança na ONU", declarou Morales, que expressou o desejo de ver aquele organismo mundial como "um mediador, não apenas um facilitador, talvez acompanhado pela Igreja Católica". E, "se for necessário, o Papa", acrescentou.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, já enviou um representante à Bolívia para de forma a apoiar os esforços para se encontrar uma solução pacífica para a crise social e política.

Morales afirmou ter sido deposto do cargo através de um golpe de Estado que o forçou a exilar-se no México.

Na Cidade do México, Morales sustentou que é o Presidente da Bolívia, já que o parlamento ainda não aceitou a demissão, apresentada no domingo a pedido de líderes militares, após semanas de protestos contra uma reeleição que a oposição apelidou de fraudulenta.

"Se eles não aceitaram ou rejeitaram [a renúncia], posso dizer que ainda sou Presidente", argumentou o homem que governou a Bolívia durante quase 14 anos. Morales admitiu regressar ao país se isso contribuir para a pacificação.

Apelo ao diálogo

O ex-governante pediu calma e diálogo na Bolívia: "Quero dizer-lhes [aos apoiantes] que teremos de recuperar a democracia, mas com muita paciência e luta pacífica".

A líder interina da Bolívia Jeanine Anez foi reconhecida por alguns países, mas enfrenta uma batalha árdua na organização de novas eleições.

A Constituição boliviana estabelece que um Presidente interino tem 90 dias para organizar uma eleição. A disputada ascensão de Anez, que até terça-feira era a segunda vice-presidente do Senado, foi um exemplo da longa lista de obstáculos enfrenta.

A renúncia de Morales surgiu após protestos em todo o país por suspeita de fraude eleitoral na eleição de 20 de outubro, na qual o então governante alegou ter conquistado um quarto mandato.

Uma auditoria da Organização dos Estados Americanos constatou irregularidades generalizadas no escrutínio.

Grande parte da oposição a Morales foi desencadeada pela recusa do chefe de Estado boliviano em aceitar um referendo que o poderia proibir de concorrer a um novo mandato.

Comentários
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  • Desabafo Assim
    15 nov, 2019 11:13
    Sobre os nossos irmãos pobres digo de pobre para pobre que o nosso opressor é mais velho que o mundo e se todo o universo pára para a nossa passagem temos necessariamente que ser especiais. Não somos animais, os animais não são divinos, são seres que devemos respeitar, mas não têm o cunho de Deus, não são marcados à nascença, nesta ilusão estão mergulhados continentes na crença da magia, existe e é real mas não leva a Deus Pai. Para que se saiba o nosso opressor manipula os animais, tem poder sobre eles (dado por Deus), associar esse poder à vontade de Deus é que é um embuste, ao entrar por essa porta ficasse por conta própria (o retorno requer penas, o mundo físico e animal ficam desfavoráveis nitidamente, exigem retorno pela magia). Se não fosse esta praga o mundo (dito pobre) estaria livre pois muitos milhares de justos se perdem por este embuste. A bíblia é parte do embuste, pois essa forma de ler a bíblia leva a pensar, os justos, que as ações se ficam a dever às citações quando, na realidade, provêm de outra fonte. Só uma única coisa é pedida, arrependimento e tudo o que vai alem disso não provem de Deus, arrependimento e depois se verá, a cada um será dada uma medida especial. Deus salve a América Latina.

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