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Debate em Espanha. Sánchez propõe pacto para acabar com bloqueio político e quer penalizar referendos ilegais

04 nov, 2019 - 22:28 • Redação com Lusa

No único debate para as eleições do próximo domingo, o primeiro-ministro espanhol propôs um pacto entre os partidos para permitirem que o partido mais votado governe em minoria.

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O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, propôs esta segunda-feira no início do debate televisivo entre os principais candidatos às legislativas do próximo domingo um pacto entre os partidos para permitirem que o partido mais votado governe em minoria.

"Temos de acabar com o bloqueio político. Proponho, se se mantiver o bloqueio, que se respeite a governação da lista mais votada", propôs Pedro Sánchez, líder do PSOE, aos outros quatro líderes partidários presentes no debate: Pablo Casado (PP, direita), Albert Rivera (Cidadãos, direita liberal), Pablo Iglesias (Unidas Podemos, extrema-esquerda) e Santiago Abascal (Vox, extrema-direita).

Por seu lado, o candidato do PP advertiu que, embora haja cinco líderes no debate eleitoral, na realidade existem apenas "duas possibilidades" de formar um governo, o seu próprio partido e o PSOE, insistindo na necessidade de votar naquele que saberá como formar "um governo real".

Os estudos de opinião publicados nos últimos dias dão a vitória ao PSOE, mas a perder força em relação às eleições de 28 de abril último, com o bloco de partidos de direita ligeiramente à frente dos de esquerda, sem que nenhum deles possa, aparentemente, desbloquear o impasse político que se vive no país.

A maior variação de votos é feita entre os partidos de direita, com o Cidadãos a perder uma parte substancial dos seus apoios a favor do PP e do Vox.

Os cinco candidatos esperam que o debate de hoje possa convencer a votar no seu partido a maior parte possível dos 30% de espanhóis que as sondagens indicam ainda estarem indecisos a menos de uma semana das eleições.

Sánchez quer penalizar legalmente referendos nas regiões autónomas

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, propôs a proibição de referendos nas regiões autónomas, referindo-se à situação na Catalunha que considera ser uma crise de convivência.

No único debate entre os líderes dos cinco principais partidos políticos espanhóis, o presidente do executivo, em funções, disse que o partido, se vencer as eleições de domingo, vai propor a alteração do Código Penal no sentido de proibir os referendos nas regiões autónomas.

Pedro Sánchez considera que a crise na Catalunha é de "convivência e não é uma crise de independência", e apresenta três medidas a aplicar no futuro, como a proibição da realização de referendos (ilegais), e a adoção de uma disciplina no currículo escolar sobre valores civis e valores éticos.

Outra das medidas propostas pelo líder do PSOE e presidente do governo em funções diz respeito às televisões locais ("entidades audiovisuais") que, segundo Sánchez, devem ser aprovadas por dois terços dos parlamentos autonómicos para evitar a manipulação da informação.

Em resposta, Pablo Casado e o líder do Vox, Santiago Abascal, recordaram que foi o antigo primeiro-ministro socialista José Rodríguez Zapatero quem eliminou a lei que "penalizava a realização de referendos".

O dirigente do partido Ciudadanos, o catalão Albert Ribera, exibiu um bloco de cimento para se referir aos confrontos na Catalunha.

"Isto não é um pedaço do Muro de Berlim, é um bloco lançado às autoridades em Barcelona", disse, responsabilizando o PSOE e o PP pela situação de violência na Catalunha.

As eleições legislativas em Espanha estão marcadas para domingo, 10 de novembro.

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