24 out, 2019 - 12:45 • Rui Viegas
António Pires de Lima rejeita que o presidente do Sporting seja refém do que chama de "momentos de rebelião". Para este sócio do Sporting, a crise que o clube de Alvalade atravessa, uma vez mais, deriva da ausência de resultados. Mas tal não deve hipotecar o mandato de Frederico Varandas e seus pares.
"Quando não se ganha é mais difícil manter a estabilidade e o respeito institucional. O meu apelo como sportinguista é que os adeptos se unam. É evidente que o percurso desta direção tem tido vitórias, méritos, mas também tem tido alguns erros. Erros que são normais em quem está a dirigir uma instituição como o Sporting, com uma equipa nova. Ninguém pode estar satisfeito com os resultados da equipa de futebol, este ano, mas os clubes ganhadores pautam-se pelo respeito e lealdade institucionais. Esta direção deve ser avaliada, e será bom que num próximo ato eleitoral possam surgir as alternativas próprias de uma instituição democrática. Mas no tempo próprio. Tempo próprio correspondente àquilo que é o exercicio de um mandato. A presidência não pode estar pendente dos resultados circunstanciais, nem de momentos de rebelião institucional, a cada tropeção da nossa equipa principal de futebol", refere, em entrevista a Bola Branca, o economista e empresário.
"Todos aqueles que são sportinguistas de corpo e alma, independentemente de gostarem mais ou menos da liderança do nosso presidente, aquilo que querem é paz institucional no clube. Sem paz e sem estabilidade não se consegue construir nada", exclama.
Candidatura? Não, obrigado!
Em atos eleitorais recentes, o nome de Pires de Lima chegou a ser colocado em cima da mesa como possível candidato à liderança, o que jamais se confirmou. Agora, perante as mais recentes "movimentações de bastidores", é o próprio que faz questão de descartar - logo à partida - qualquer intenção de avançar.
"Eu nunca equacionei essa hipótese [ser candidato à presidência do Sporting]. Eu sou do Sporting, porque gosto do Sporting, não tenho qualquer ambição pessoal [a esse nível]. Mas, ainda que tivesse, acho que ela só deveria ser exercida no tempo próprio. Esta mensagem não é para mim, porque não sou candidato a nada, mas o tempo próprio é no fim do mandato para o qual esta direção foi eleita", esclarece, antes de concluir com um novo apelo à união do universo sportinguista. Neste caso, com a desavença entre claques e direção em pano de fundo.
"O presidente do Sporting está a atuar com coragem, mas aquilo que eu desejo é que o ambiente entre todos aqueles que são sportinguistas se possa normalizar", termina.