25 set, 2019 - 13:01 • Redação
O Sporting de Braga anunciou, esta quarta-feira, o abandono imediato da Comissão Permanente de Calendários (CPC) e retirou a confiança à direção liderada por Pedro Proença, presidente da Liga Portugal.
Em comunicado no site oficial, o Braga acusa Pedro Proença de "eterna subserviência" aos três grandes e aos "seus caprichos hegemónicos", na calendarização do campeonato. O protesto surge na sequência da não marcação do Boavista-Braga, da nona jornada, para 29 de dezembro.
O adiamento tinha sido acertado entre Braga e Boavista, para não chocar com a visita dos minhotos ao Besiktas, a 24 de outubro, e não forçar a equipa de Sá Pinto a uma série de seis jogos em 18 dias. A mudança foi aprovada na CPC, apesar dos votos contra de Benfica, FC Porto e Sporting. O Departamento de Competições da Liga também confirmou o agendamento do Boavista-Braga para 29 de dezembro, às 15h30.
Liga "subserviente" aos três do costume
Aí, considera o Braga, a direção da Liga Portugal entrou "em cena para negar a concretização do acordo obtido" entre os dois clubes e validado pela CPC, "único órgão a que compete a marcação das jornadas".
O calendário para a jornada nove foi divulgado na terça-feira, com o Boavista-Braga marcado para 31 de outubro, quinta-feira, às 20h15.
Os arsenalistas acusam a Liga de ceder "à pressão de uma minoria", "em mais uma clara demonstração de submissão aos antigos poderes" do futebol e de "falta de coragem perante os interesses instalados".
"Este é um ato político revelador e que o SC Braga denuncia por entender que ele é elucidativo da hipocrisia que reina no futebol português, onde todos enchem a boca para reclamar o incremento da competitividade, mas onde se usa de todos os expedientes para que se cumpra a vontade do status quo instalado, nem que para tal a Direção da Liga ignore e viole o Regulamento de Competições", pode ler-se no comunicado.
Adeus imediato à Comissão de Calendários
Assim, o Braga "anuncia que abandonará, de imediato, a Comissão Permanente de Calendários e retira a sua confiança a esta Direção".
Além disso, o clube minhoto vai "exigir à Liga Portugal e aos seus representantes, em sede própria, o ressarcimento dos danos patrimoniais causados ao clube". Isto porque, convicto de que a visita ao Boavista se faria a 29 de dezembro, "o clube fez um planeamento desportivo e logístico que vai sofrer um prejuízo inevitável, sendo já claro o seu impacto em deslocações e estágios pré-agendados e havendo que acautelar os danos desportivos que possam advir".
Braga pede fim da terceira prova nacional
O Braga também marcou posição quanto à não continuidade da Taça da Liga, "a exemplo do que aconteceu em França, e como conclusão dos condicionalismos que esta prova está a colocar aos calendários",
"Acresce o facto de a competição, ao contrário do apregoado, não distribuir receitas pelos clubes que a tornem financeiramente atrativa, sendo um mero sorvedouro de fundos para alimentar as vaidades da Liga e a sua ânsia de protagonismo, assim condenando uma ideia meritória mas que tem vindo a ser sacrificada pela forma como a Liga a tem gerido, criando um empecilho aos clubes nacionais", completa.