24 set, 2019 - 14:00 • Lusa
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considera que a tensão vivida do debate televisivo de segunda-feira entre BE e PS constitui uma perda de tempo com "questões laterais", desvalorizando a tentativa da coordenadora bloquista de deixar o líder socialista "KO".
"Eu não me queria meter nisso. Em relação a essa tensão, acho que não ajuda, particularmente quem está em casa a assistir ao debate. Ao contrário do que muitos pensam, que o grande resultado é deixar o adversário em KO, não é isso", opinou Jerónimo, à margem de uma visita às oficinas da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF), no Entroncamento.
"Acho que se perdeu ali um pouco de tempo com esses aspetos quando poderia ter sido aproveitado para cada um expor, defender as suas propostas, ideias", continuou o líder do PCP.
Para Jerónimo de Sousa, "houve ali, de facto, muitas questões laterais" que não beneficiaram ninguém, "nem quem está a ouvir nem quem está a falar nem quem está a participar".
"Não conheço. Não tenho nenhum problema de relacionamento com o BE e, no plano político, não é o BE que é o nosso adversário", limitou-se a responder o secretário-geral do PCP, quando questionado sobre se a coordenadora do BE era uma pessoa "leal" e "confiável".
Na segunda-feira, a líder do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, já no final da discussão a seis, com as forças políticas com assento parlamentar, confrontou o atual primeiro-ministro, António Costa, acusando-o de tentar reescrever factos que levaram à solução política da denominada "geringonça" - as posições conjuntas assinadas em outubro de 2015 entre PS, BE, PCP e PEV - e de renegar a colaboração dos bloquistas.