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País em alerta. Mais floresta e terrenos agrícolas ardidos desde o início do ano

13 set, 2019 - 20:49 • Celso Paiva Sol

Conheça as razões para a situação de alerta decreta pelo Governo e o mais balanço da área ardida e do número de ocorrências.

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A Proteção Civil tem dez distritos em alerta vermelho (Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Vila Real e Viseu) e os restantes oito em alerta laranja, num ano em que arde cada vez mais floresta.

Esta decisão, política e operacional tem origem em dois fatores: condições meteorológicas e calendário agrícola.

No campo meteorológico, o cenário é de temperaturas altas, humidade relativa do ar reduzida e vento com características difíceis de prever – irá variar entre moderado a forte, e até por vezes assumir movimentos convectivos, pontualmente associados a trovoadas.

Mas não é tudo. Sábado, domingo, e talvez ainda na segunda-feira, a chuva deverá cair nalgumas zonas do país – sobretudo em toda a faixa interior - em forma de aguaceiros, que podem ser fortes e muito localizados.

Muito mais fraca, esta instabilidade chega por via da depressão “Dana” que já fez quatro mortos e bastantes estragos em Espanha.

A segunda razão, tem a ver com o calendário agrícola. A época do ano é de renovação de pastagens, de queima de sobrantes agrícolas, e até – não tarda – das víndimas. E tudo isso implica o uso do fogo.

Essa é também a razão pela qual foi acionado o Estado de Alerta por parte do Governo e da Proteção Civil, porque essa condição permite reforçar um vasto conjunto de proibições, e dessa forma prevenir compulsivamente eventuais comportamentos de risco.

Na verdade, desde que surgiram os primeiros sinais de que a semana seria quente e seca, mas que também teria chuva e vento no fim de semana, várias autoridades mostram-se bastante apreensivas.

Ninguém esquece as circunstâncias em que ocorreram os incêndios de outubro de 2017, antecedidos precisamente por um anúncio de chuva, que conduziu a à realização de muitas queimas e queimadas nas zonas Norte e Centro do país.

Mais floresta e terrenos agrícolas ardidos

Os números estão a aumentar. Só no último mês foi registado um quarto de todos os incêndios registados este ano e um quarto também da área ardida mas, ainda assim, em níveis muito semelhantes aos do ano passado. Ou seja, números que podem ser considerados positivos face ao histórico dos últimos anos.

Até esta sexta-feira, foram registados 9.800 incêndios e arderam 35.600 hectares. A boa noticia é que, embora não haja melhorias face ao ano passado, há, no entanto, uma grande redução face à média da década, praticamente metade dos incêndios, e menos 63% de área ardida.

A má noticia é que arde cada vez mais floresta e terrenos agrícolas. Em contraponto ao mato.

No total de área ardida este ano, tal como aliás já acontece pelo quarto ano consecutivo, a floresta já representa mais de metade do que é destruído pelo fogo.

Nesta altura, por exemplo, 52% do que já ardeu é floresta. Digno de registo pela negativa, é também o peso cada vez maior que os terrenos agrícolas têm nesta contabilidade. No passado chegaram a ter percentagens quase residuais, mas este ano, por exemplo, já são 11% do total de área ardida.

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