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Guerra na Ucrânia

Ucrânia. Cerca de 30 aldeias no nordeste sob ataque russo

14 mai, 2024 - 00:19 • Lusa

As forças russas atravessaram a fronteira na sexta-feira para conduzir uma ofensiva na direção de Lyptsi e Vovchansk, duas cidades situadas a cerca de 20 e 50 quilómetros, respetivamente, a nordeste de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia.

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Cerca de 30 aldeias ucranianas estavam esta segunda-feira sob fogo russo, obrigando à retirada de quase 6.000 habitantes, quando a Rússia prossegue a sua ofensiva na região de Kharkiv (nordeste), onde conquistou dezenas de quilómetros quadrados em poucos dias.

"Mais de 30 localidades da região de Kharkiv foram atingidas por fogo de artilharia e morteiros inimigos", declarou o governador regional, Oleg Synegoubov, a meio do dia, nas redes sociais.

Segundo o responsável, desde o início dos combates, foram retirados destas zonas 5.762 habitantes. Estava previsto que outras 1.600 pessoas saíssem hoje, apesar do que ele descreveu como uma "situação bastante complicada".

As forças russas atravessaram a fronteira na sexta-feira para conduzir uma ofensiva na direção de Lyptsi e Vovchansk, duas cidades situadas a cerca de 20 e 50 quilómetros, respetivamente, a nordeste de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia.

"O inimigo está atualmente a ter sucessos táticos", admitiu hoje o Estado-Maior ucraniano, que indicou que Moscovo mobilizou "até cinco batalhões".

De acordo com o canal de Telegram DeepState, próximo do exército ucraniano, os russos conseguiram ocupar uma faixa de cerca de 70 quilómetros quadrados na região de Lyptsi e outros 34 quilómetros quadrados na direção de Vovchansk.

Ao mesmo tempo, uma pessoa morreu e três outras ficaram feridas num ataque a uma quinta numa aldeia a oeste de Kharkiv, a cerca de 30 quilómetros da zona de combate, anunciaram as autoridades regionais.

Na aldeia de Rouski Tychky, a sete quilómetros de Lyptsi, ouviam-se regularmente explosões ao longe, constatou a agência France-Presse (AFP).

De acordo com o canal Telegram Rybar, próximo do exército russo, após quatro dias de ofensiva, "não se registou qualquer avanço em grande escala das defesas inimigas".

Depois de limpar a zona fronteiriça "cinzenta", as unidades de assalto russas concentraram-se em "penetrar nos redutos e nas linhas defensivas das forças armadas ucranianas", indicou a mesma fonte.

No domingo à noite, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, falou de "batalhas defensivas e combates ferozes (...) numa grande parte" da fronteira.

"A ideia por detrás dos ataques na região de Kharkiv é esticar as nossas forças e minar o moral" dos militares ucranianos, disse.

A grande cidade de Kharkiv não está ameaçada de momento, "apesar de todos os acontecimentos que estão a ocorrer na região", disse, também no domingo, o presidente da câmara local, Igor Terekhov.

"Está calma, não vemos pessoas a sair", afirmou o autarca.

As autoridades ucranianas têm vindo a alertar, desde há semanas, para a possibilidade de Moscovo tentar atacar as regiões fronteiriças do nordeste da Ucrânia, um país que enfrenta atualmente atrasos na ajuda ocidental e uma escassez de soldados.

A decisão da Rússia surge no momento em que o Presidente russo, Vladimir Putin, fez uma remodelação surpresa em Moscovo, no domingo à noite, substituindo o seu emblemático ministro da Defesa, Sergei Shoigu, após dois anos de conflito na Ucrânia sem um fim claro à vista.

No interior da Rússia e nas zonas ocupadas da Ucrânia, os ucranianos intensificaram os seus ataques, nomeadamente às infraestruturas energéticas.

Pelo menos quatro pessoas morreram e sete ficaram feridas hoje em bombardeamentos atribuídos à Ucrânia na região ocupada de Lugansk (leste) e na região russa de Kursk, anunciaram as autoridades russas.

A Ucrânia também afirmou ter atacado um terminal petrolífero e uma subestação de eletricidade nas regiões de Belgorod e Lipetsk, respetivamente, no oeste da Rússia, não muito longe da fronteira ucraniana.

O lado russo não deu qualquer indicação sobre o ataque ao terminal petrolífero, mas o governador de Lipetsk confirmou um incêndio na subestação elétrica, sem revelar a sua causa ou acusar a Ucrânia.

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