Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Notícia Renascença

Consulado de Portugal em Luanda rejeita vistos a angolanos convidados para congresso da Academia de Ciências Farmacêuticas

02 jul, 2019 - 11:15 • Ana Rodrigues

Grupo não conseguiu autorização para viajar para Portugal. Segundo apurou a Renascença, como justificação para a recusa dos vistos, o consulado alega que “a informação sobre os objetivos e condições para a estada dos profissionais angolanos não é fiável”.

A+ / A-

O Consulado-Geral de Portugal em Luanda recusou vistos a sete profissionais de saúde angolanos, que foram convidados pela Academia Lusófona de Ciências Farmacêuticas para um congresso em Lisboa, apurou a Renascença.

O grupo angolano pagou a inscrição num evento realizado, no final de junho, pela Academia Lusófona de Ciências Farmacêuticas, que se responsabilizou pelo alojamento dos participantes, mas não pôde viajar para Portugal porque o visto foi recusado. A resposta do consulado português chegou já depois do Congresso ter terminado.

Segundo apurou a Renascença, como justificação para a recusa dos vistos o Consulado-Geral de Portugal em Luanda alega que “a informação sobre os objetivos e condições para a estada dos profissionais angolanos não é fiável”.

João Pedro Matos, farmacêutico fundador da Academia Lusófona para as Ciências Farmacêuticas, considera esta justificação “inadmissível, já que esta entidade, totalmente credível, responsável pela organização do evento e pelos convites, assegurou todas as condições necessárias, nomeadamente as reservas do Hotel em Lisboa”.

Este responsável refere, ainda, que a “Academia comprometeu-se a repetir a atividade em causa”, já que os profissionais angolanos reclamaram da decisão junto do Consulado e estão ainda à espera de resposta.

Segundo a Academia Lusófona para as Ciências Farmacêuticas, em abril, foi igualmente recusado o visto a quatro farmacêuticos que fizeram o pedido no dia 6 de fevereiro, com as mesmas alegações.

O passaporte de um dos cidadãos angolanos ainda se encontra retido no consulado português.

Diplomacia portuguesa nega retaliação

Contactado pela Renascença, o Ministério português dos Negócios Estrangeiros (MNE) refere que “foram apresentados no Consulado-Geral de Portugal em Luanda um total de 14 pedidos de visto, destinados à participação no referido evento”.

O MNE acrescenta que, “após a análise individual dos processos, foi concluído que 10 deles não reuniam condições para o deferimento, pelo que esses pedidos foram recusados; tendo sido emitidos quatro vistos”.

A Renascença questionou o gabinete do ministro Augusto Santos Silva sobre a possibilidade de se tratar de uma retaliação do consulado a uma eventual recusa de vistos a cidadãos portugueses.

O MNE garante que “a emissão de vistos é uma matéria da competência dos postos consulares, que norteiam a sua ação pelo escrupuloso respeito pela legislação, pelo que nenhum consulado se orienta por quaisquer “critérios” de retaliação”.

Já sobre a possibilidade desta situação poder voltar a azedar as relações entre Portugal e Angola, o Ministério dos Negócios Estrangeiros é perentório em responder: “claro que não”.

Certo é que este grupo de profissionais de saúde angolanos já fez a reclamação da recusa de visto e aguarda a decisão.

A Academia Lusófona de Ciências Farmacêuticas mostrou, por seu lado, disponibilidade para repetir a formação apenas para estes participantes, a bem do conhecimento e da Ciência.

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Ricardo Amaro
    14 ago, 2019 Pragal 19:39
    Gostaria de saber como se resolveu este assunto da concessão destes vistos uma vez que estou a passar por uma situação semelhante. Convidei uma cidadã angolana a visitar Portugal, foi entregue toda a documentação exigida e o visto foi recusado com igual argumento
  • PT
    04 jul, 2019 19:31
    É uma tristeza que o Consulado de Portugal em Luanda se comporte e funcione pior que qualquer instituição típica de um pais de 3º Mundo. É uma vergonha a quantidade de burocracia necessária para conseguir um visto para portugal ou um documento de um cidadão português com necessidade de marcações de de atendimentos online com datas longínquas para cada problema, obrigando que precisa a deslocar-se varias vezes ao consulado para resolver os seus assuntos. No entanto de pagar as "gasosas" as "bisneiros" que orbitam por perto, de certeza com convencia e ajuda das próprias pessoas ligadas ao consulados fica tudo muito mais fácil.......

Destaques V+