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Nobel da Paz vai para organizações civis na Tunísia

09 out, 2015 - 10:02

Depois de ter estado à beira da guerra civil, a Tunísia conseguiu conduzir o país pelas águas revoltas da Primavera Árabe. Academia sueca distingue participação do Quarteto para o Diálogo Nacional pela "inspiração para todos os que aspiram à democracia na Tunísia, Norte de África e no resto do mundo".

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Um Nobel para a paz na Tunísia
Um Nobel para a paz na Tunísia

O quarteto da paz para a Tunísia venceu o prémio Nobel da Paz deste ano. A academia norueguesa distinguiu o Quarteto para o Diálogo Nacional na Tunísia, uma coligação de organizações da sociedade civil que tem trabalhado desde o eclodir da Primavera Árabe - que se iniciou no país no Inverno de 2010 - para uma transição organizada para a democracia na Tunísia.

O quarteto formou “uma alternativa de política pacífica em 2013 quando o país se encontrava à beira da guerra civil, subsequentemente conseguindo garantir os direitos civis fundamentais da população" após a queda do regime de Ben Ali, em 2011, disse o comité Nobel. É constituído por quatro organizações da sociedade civil: a União Geral dos Trabalhadores da Tunísia (UGTT), a Confederação de Indústria, Comércio e Artesanato da Tunísia (UTICA), a Liga dos Direitos Humanos da Tunísia (LDHT) e da Ordem Nacional dos Advogados da Tunísia (ONAT).

A embaixadora da Tunísia em Portugal, Saluá Bahri, fala num dia histórico para todos os povos que tentam consolidar a transição para a democracia. “A Tunísia sempre mostrou qualidades de diálogo e de consenso, o que lhe permitiu prosseguir o processo de transição democrática num clima de diálogo e consenso nacional”, disse à Renascença.

Em Dezembro de 2010 o jovem Mohamed Bouazizi ateou fogo ao próprio corpo como forma de protesto contra as condições de vida no país. O seu acto desesperado foi o rastilho para o que, mais tarde, viria a ser chamado de "Primavera Árabe".

Entre os favoritos para o Nobel da Paz 2015 estavam o Papa Francisco, a chanceler alemã Angela Merkel, por ter prometido manter as fronteiras abertas aos refugiados do Médio Oriente, e o secretário de Estado norte-americano John Kerry, em parceria com o seu homólogo iraniano Javad Zarif pelas negociações históricas que culminaram com o acordo nuclear deste ano.

Os galardoados com o Nobel recebem um diploma, uma medalha de ouro e um prémio monetário no valor de quase 900 mil euros.

Todos os prémios serão entregues a 10 de Dezembro, aniversário da morte do magnata sueco fundador do galardão, Alfred Nobel (1833-1896), químico e inventor da dinamite.

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  • António Costa
    09 out, 2015 Cacém 22:56
    "...quando o país se encontrava à beira da guerra civil..." porquê? Já não está? Ao ver candidatos como John Kerry , foi uma surpresa que Abu Bakr al-Baghdadi, o líder do Estado Islâmico, não se encontrar também na "corrida", pela tentativa de derrube do presidente sírio. Enfim, o Comitê Nobel, continua a premiar politicas de resultados muito duvidosos. O Papa Francisco teria sido, na minha opinião, uma melhor escolha. A Tunísia está, infelizmente, ainda muito, muito longe da Liberdade e da Democracia.

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