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Autor do ataque na Tunísia ter-se-á radicalizado nas redes sociais

30 jun, 2015 - 07:06

A suspeita foi lançada pelo primeiro-ministro da Tunísia. O jovem terrorista terá também recebido treino numa mesquita.

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O primeiro-ministro tunisico, Habibi Essid, considera que o autor do ataque de sexta-feira numa praia tunisina, em que morreram 38 pessoas, “se radicalizou, sobretudo, online”.

Em excertos de uma entrevista à CNN divulgados na segunda-feira na página da cadeia norte-americana de televisão, Essid afirma que Seifeddin Rezqui, o jovem de 23 anos apontado como responsável pelo pior ataque “jihadista” na Tunísia, também pode ter recebido treino numa mesquita. 

O estudante universitário acabou por ser morto pela polícia durante o ataque reivindicado pelo autodenominado Estado Islâmico, que se tem destacado pela forte presença na internet e pelas sofisticadas técnicas de recrutamento nas redes sociais.

Questionado sobre se o atacante se teria radicalizado na universidade, o primeiro-ministro da Tunísia afirmou “não haver informações de momento” nesse sentido. “Mas há informação de que ele pertencia a uma organização e de que era muito, muito próximo de uma mesquita”, acrescentou.

Por determinar está também se o jovem terrorista terá viajado para a vizinha Líbia, dominada por milícias islamitas. A circulação entre os dois países “pode ser feita de várias maneiras irregulares”, explica Habibi Essid.

Primeiras detenções
A Tunísia anunciou as primeiras detenções no âmbito da investigação ao ataque sangrento de sexta-feira, numa estância turística em Port El Kantaoui.

"Detivemos um primeiro grupo, com vários membros, que actuaram com o apoio de uma rede", disse o ministro do Interior Najem Gharsalli, numa alusão ao autor do ataque, identificado pelas autoridades como Seifeddine Rezgui.

"Qualquer pessoa que tenha fornecido apoio logístico ou financeiro", para a execução do atentado, será detida, disse Gharsalli, acrescentando: "Eu prometo às vítimas que os criminosos serão levados à justiça tunisina e punidos".

O ministro recordou ainda que o seu Governo decidiu manter policias armados em praias e no interior de hotéis, bem como perto de todas as mesquitas que "disseminam discursos de ódio para dividir os tunisinos".

Na sexta-feira, um jovem estudante tunisino entrou na praia do hotel Riu Imperial Marhaba, em Port El Kantaoui, e disparou indiscriminadamente sobre os turistas com uma "kalachnikov". Matou 38 pessoas, incluindo 15 britânicos e uma portuguesa de 76 anos, além de cidadãos alemães, irlandeses e belgas, e feriu 39 pessoas, entre as quais 25 britânicos, sete tunisinos e três belgas, antes de ser morto.
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