Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Constâncio culpa administração da Caixa por falha na cobrança de crédito a Berardo

14 jun, 2019 - 23:39 • Redação

O contrato do financiamento de 350 milhões de euros tinha salvaguardas suficientes, garante o antigo governador do Banco de Portugal.

A+ / A-

Vitor Constâncio, antigo governador do Banco de Portugal, acusa os administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de serem responsáveis pelo banco público não ter conseguido recuperar os 350 milhões emprestados a Joe Berardo.

Em entrevista à RTP3, o ex-governador do Banco de Portugal disse esta sexta-feira que a Caixa podia ter atuado para reaver o dinheiro.

O contrato, que Vítor Constâncio levou para a entrevista, tinha salvaguardas suficientes, garante o antigo vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE).

“As garantias do contrato permitiam à Caixa intervir, não só todos os dias como ao fim de cada três meses, e verificar se realmente havia a cobertura dos 105% do dinheiro em dívida e, se não houvesse, ou era reposto com outras ações, ou havia um pagamento ou a Caixa podia executar o contrato”, afirma Vítor Constâncio.

O antigo governador não tem dúvidas de que a responsabilidade foi da administração da Caixa, por “não ter executado o contrato em certo momento desse processo”.

Vítor Constâncio reafirmou que o Banco de Portugal nada podia fazer.

“Essas decisões, tal como as decisões de crédito, são da exclusiva responsabilidade a gestão dos bancos públicos ou privados. O Banco de Portugal não tem poderes para alterar essas decisões tomadas pela gestão”, sustenta.

Na próxima terça-feira, o ex-governador do Banco de Portugal regressa ao Parlamento para uma nova audição no âmbito da comissão parlamentar de inquérito à CGD.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+