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Início do julgamento da morte de Luís Grilo marcado para 10 de setembro

06 mai, 2019 - 22:36 • Lusa com Redação

Rosa Grilo e António Joaquim estão acusados pelo Ministério Público da coautoria do homicídio do triatleta, marido da arguida.

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O Tribunal de Loures marcou para 10 de setembro o início do julgamento de Rosa Grilo e António Joaquim, acusados pelo Ministério Público (MP) da coautoria do homicídio do triatleta Luís Grilo, marido da arguida.

Segundo um despacho judicial, a presidente do coletivo de juízes, Ana Clara Baptista, agendou para as 09:15, com possibilidade de continuação à tarde, a primeira sessão de julgamento, a qual servirá para ouvir as declarações dos arguidos.

Ricardo Serrano Vieira, advogado de António Joaquim, já referiu anteriormente que o seu constituinte vai falar em julgamento, enquanto a advogada Tânia Reis disse, em abril, ainda não saber se a sua cliente irá prestar declarações.

Estão ainda agendadas sessões para 17 e 24 de setembro (todo o dia) e para as 09:15 de 01 de outubro, com possibilidade de continuação à tarde.

Na acusação, o MP pede que os arguidos sejam julgados por um tribunal de júri (além de três juízes, são escolhidos/nomeados quatro cidadãos).

O Tribunal de Loures marcou para o próximo dia 21, às 14h15, “o sorteio da pré-seleção de jurados, em audiência pública”, a realizar na secretaria daquele tribunal.

Os 100 jurados pré-selecionados, e dos quais sairão os oito jurados finais (quatro efetivos e quatro suplentes), vão ser sorteados dos cadernos eleitorais dos municípios da Comarca de Lisboa Norte, que contempla 10 concelhos: Vila Franca de Xira, Loures, Odivelas, Cadaval, Azambuja, Torres Vedras, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Lourinhã e Sobral de Monte Agraço.

Na acusação, o MP pede que seja aplicada a Rosa Grilo a pena acessória da declaração de indignidade sucessória (sem direito a herança) e a António Joaquim (oficial de justiça) a pena acessória de suspensão de exercício de funções públicas.

O MP atribui a António Joaquim a autoria do disparo sobre Luís Grilo, na presença de Rosa Grilo, no momento em que o triatleta dormia no quarto de hóspedes na casa do casal, na localidade de Cachoeiras, Vila Franca de Xira (distrito de Lisboa), para assim poderem assumir a relação amorosa e beneficiarem dos bens da vítima - 500.000 euros em indemnizações de vários seguros e outros montantes depositados em contas bancárias tituladas por Luís Grilo, além da habitação.

O despacho de acusação do MP, divulgado a 26 de março, conta que a 15 de julho de 2018, os dois arguidos, de 43 anos, após trocarem 22 mensagens escritas em três minutos, “combinando os últimos detalhes relativo ao plano por ambos delineado para tirar a vida de Luís Grilo”, acordaram desligar os respetivos telemóveis.

Numa hora não apurada, mas entre essa noite e a manhã do dia seguinte, “em execução do plano comum que já haviam acordado há, pelo menos, sete semanas”, António Joaquim, na posse de uma arma de fogo municiada, dirigiu-se à casa onde residiam Luís Grilo e Rosa Grilo.

A acusação relata que o arguido entrou na residência “com o conhecimento” da arguida e que ambos se dirigiram ao quarto dos hóspedes, localizado no primeiro andar, onde se encontrava Luís Grilo a dormir.

No dia após a morte do triatleta, António Joaquim começou a frequentar a casa de Rosa Grilo, “não obstante estarem em curso diligências tendentes à localização do paradeiro de Luís Grilo por familiares, amigos e autoridades policiais”, segundo a acusação.

O corpo foi encontrado com sinais de violência e em adiantado estado de decomposição, mais de um mês após o desaparecimento, a cerca de 160 quilómetros da sua casa, na zona de Benavila, concelho de Avis, distrito de Portalegre.

O MP, em representação do filho menor de Rosa Grilo e do triatleta, apresentou um pedido de indemnização civil de 100 mil euros contra a arguida e António Joaquim.

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