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Itália

"Queremos enviar a esquerda para a oposição." Meloni é candidata às eleições europeias

28 abr, 2024 - 14:16 • Ana Kotowicz com Reuters

"Queremos criar uma maioria que reúna as forças de centro-direita e enviar a esquerda para a oposição", afirmou Meloni, durante o encontro em Pescara, Itália.

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A primeira-ministra italiana é candidata às eleições europeias de junho. O anúncio da candidatura de Giorgia Meloni como cabeça de lista do seu partido foi feito este domingo, no final de um encontro de três dias do Fratelli d'Italia. "Queremos fazer na Europa o que fizemos na Itália. Queremos criar uma maioria que reúna as forças de centro-direita e enviar a esquerda para a oposição", afirmou Meloni, durante o encontro em Pescara, Itália.

O objetivo da reunião do partido eurocético é, exatamente, definir as políticas europeias e lançar a campanha para as eleições, num momento em que a votação para o Parlamento Europeu, eleição que decorre entre 6 a 9 de junho, é vista como um teste de força à coligação de direita. A Fratelli d'Italia tinha seis eurodeputados, mas as mais recentes sondagens apontam para que consiga chegar aos 24 lugares.

Meloni garantiu ainda que não vai "tirar um só minuto de atividade governamental para fazer campanha".

"Decidi entrar na disputa para liderar as listas do Fratelli d'Italia em todas as circunstâncias eleitorais. Faço-o por causa deste caminho europeu ao qual dediquei muito esforço nos últimos anos, mesmo antes de me tornar presidente do Conselho de Ministros e, ainda mais, depois de receber essa grande honra", disse Georgia Meloni.

"Faço-o porque quero perguntar aos italianos se estão satisfeitos com o trabalho que estamos a fazer em Itália", acrescentou a primeira-ministra italiana.

"Faço-o porque, além de ser presidente do partido Fratelli d’Italia, também sou a líder dos conservadores europeus e eles querem ter um papel. Faço-o porque quero que a mensagem seja clara: ao votar no Fratelli d’Italia, não verão isso como um reforço adicional ao nosso governo na Itália, mas também na Europa. E faço-o porque sempre me considerei um soldado; os soldados, quando precisam, não hesitam em tomar partidos, mas numa coisa, quero ser clara: a minha tarefa é resolver os problemas desta nação, e pretendo fazer isso também durante a campanha eleitoral”, afirmou Meloni.

De resto, Meloni falou também do que apelida de cultura do cancelamento. "Aqueles que, como nós, sonham em mudar a Europa, também têm outro dever: despertar este continente adormecido, lembrá-lo de onde vêm as nossas raízes, as nossas tradições, a nossa identidade, para mostrar que somos o berço da civilização ocidental.”

Para a primeira-ministra italiana, o partido não se deve "curvar aos delírios do politicamente correto tão em voga em alguns salões chiques": "não podemos tolerar que praças e monumentos sejam invadidos e que livros, filmes e músicas sejam indexados no nome de uma cultura do cancelamento que quer que renunciemos ao nosso passado e a quem somos."

Assim, defendeu que o partido não pode ficar calado "diante daqueles que nas nossas escolas e universidades ensinam o ódio à nossa história e à nossa civilização", aceitando lições daqueles que querem "uma Europa laica, mas querem o encerramento das escolas durante o Ramadão e, com a mesma coerência, pedem que o crucifixo seja retirado das salas de aula".

Para o PPE, deixou críticas, sublinhando que, por diversas vezes, os populares apoiaram "a agenda progressista”. Assim, questionou-se sobre o que poderia ser feito se, em junho, for construída uma maioria de centro-direita no Parlamento Europeu. "Acabaram-se as maiorias não naturais entre o centro e a esquerda", nas quais o PPE alinhou "demasiadas vezes, favorecendo escolhas ideológicas ditadas pela agenda progressista”.

Levar o modelo italiano para a Europa, seria, na opinião de Meloni, uma verdadeira revolução, e para alcançá-la os Conservadores Europeus são estratégicos. "Queremos fazer na Europa exatamente o que fizemos em Itália, a 25 de Setembro de 2022: criar uma maioria que reúna as forças de centro-direita e, finalmente, também na Europa, enviar a esquerda para a oposição."

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  • Carlos
    29 abr, 2024 Porto 08:14
    O Fascismo é tão nefasto como o comunismo, ambos têm um passado de violência e de mortes.

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