02 nov, 2018 - 12:45
António Fidalgo conhece bem Miguel Cardoso, o nome mais forte, por esta altura, para assumir o comando técnico do Sporting. O treinador e comentador da Renascença realizou formações de desenvolvimento comportamental e coaching com o técnico de 46 anos e não tem dúvidas do sucesso que Miguel Cardoso poderá vir a ter em Alvalade.
"Penso que os responsáveis do Sporting já devem ter definido um perfil de treinador que pretendem para o Sporting, em termos de liderança e de ideia e filosofia de jogo. O Miguel é um líder extremamente eficaz, muito humanista e que normalmente controla bem os balneários. Em termos de ideia e filosofia de jogo, é um treinador com ideias muito, muito próprias", analisa António Fidalgo, em declarações a Bola Branca.
Miguel Cardoso terá sucesso em Alvalade sempre e quando o perfil de treinador definido por Frederico Varandas seja o do ex-timoneiro de Rio Ave e Nantes: "Tem uma forma de jogar de que não abdica, jogando com equipas com mais ou menos recursos, que passa essencialmente por construir em posse desde zonas muito atrasadas. Isso claramente coloca a sua própria equipa a assumir alguns riscos. Há quem goste, há quem não goste. Depende do perfil de treinador que o Sporting quer".
Vertente emocional pode ser trunfo
Com um plantel em nova crise emocional, aliada à vertente desportiva, a formação em componentes emocionais poderá servir como toque de Midas de Miguel Cardoso. Isto, se a sua chegada aos leões se confirmar.
"O Miguel tem uma grande capacidade nessas áreas, nas áreas mentais e emocionais. Mas tem essas capacidades em complemento de outras áreas específicas do treinador. Ele é muito competente na parte técnica, na parte tática, na parte física também, e complementa isso tudo com uma grande capacidade nas capacidades mentais, que passa para os jogadores", esclarece António Fidalgo, em Bola Branca.
No entanto, há algo não pode passar em claro: a forma como Frederico Varandas despediu José Peseiro. Pouco humana, assinala Fidalgo:
"Não vou tanto discutir o conteúdo. Isto é, o presidente do Sporting tem todo o direito e toda a legitimidade para abdicar de um treinador, se não lhe está a apresentar os resultados que ele pretende. Isso é o conteúdo. Em relação à forma, é uma forma muito pouco humana para tratar com uma pessoa e Frederico Varandas fez bandeira, na campanha presidencial, de ser um líder que preferencialmente olhava para pessoas muito antes dos profissionais. Isto é, para ele, o ser humano estava à frente de tudo. Ora, não foi a conclusão a que eu cheguei neste processo".