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Tempestade "Leslie". Danos no turismo podem ser superiores aos dos incêndios

24 out, 2018 - 07:40

O levantamento dos prejuízos da tempestade Leslie, de 13 de outubro, ainda está a ser feito, mas o presidente do Turismo do Centro admite que as contas finais venham a ser ainda mais elevadas do que nos incêndios do ano passado.

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Quase duas semanas depois da tempestade "Leslie", ainda se fazem contas aos estragos. No setor do turismo, os danos podem ter sido maiores do que nos incêndios - mais de uma centena de estruturas turísticas sofreram prejuízos elevados. Muitos ainda não conseguiram reabrir portas desde a tempestade que varreu o país no passado dia 13.

O presidente do Turismo do Centro pede, por isso, que as empresas que sofreram estragos possam ser ajudadas pelo Governo e beneficiar das facilidades financeiras criadas para as empresas afetadas pelo incêndios.

Pedro Machado pede especial atenção "às empresas que foram atingidas nos seus equipamentos", para que possam "ter fundos de tesouraria para suprir necessidades urgentes de pagamentos".

O Turismo do Centro está a trabalhar com o Turismo de Portugal e com o governo para que seja criada uma linha de crédito bonificada, com um período de carência entre os seis meses a um ano.

A tempestade que atingiu Portugal a 13 de outubro originou 20 mil sinistros cujos danos são ressarcidos pelas seguradoras com cerca de 45 milhões de euros, anunciou na terça-feira a Associação Portuguesa de Seguradores. De acordo com a mesma associação, os prejuízos em atividades comerciais e industriais ascendem aos 20 milhões de euros.

Contudo, diz Pedro Machado, "existem alguns investimentos cuja cobertura dos seguros não é suficiente para fazer face ao investimento necessário para repor a operacionalidade".

O levantamento dos prejuízos ainda está a ser feito, mas o presidente do Turismo do Centro admite que as contas finais venham a ser ainda mais elevadas do que nos incêndios do ano passado.

A tempestade "Leslie" vista pelas redes sociais
A tempestade "Leslie" vista pelas redes sociais

"Já passámos a fasquia dos 100 estabelecimentos, entre a hotelaria convencional, o turismo em espaço rural, empresas de animação turística e muitos estabelecimentos de restauração e isso aponta para valores que ainda não estão quantificados mas que seguramente que ultrapassam alguns milhões de euros", afirma, em entrevista à Renascença.

Só o Parque de Campismo na Figueira da Foz tem um prejuízo calculado na ordem de um milhão de euros. Há também escolas de surf completamente destruídas e "alguns hotéis com prejuízos entre os 150 e os 250 mil euros", acrescenta Pedro Machado.

Tal como sucedeu depois dos incêndios, o Turismo do Centro prepara uma campanha, especialmente dirigida a portugueses e espanhóis, para que procurem a região afetada pelo Leslie e ajudem na recuperação.

"Vamos intensificar esse apelo para que as pessoas venham, para que as empresas e os empresários - sobretudo da hotelaria, da restauração e de animação turística - possam rapidamente reerguerem-se e voltar à normalidade", remata Pedro Machado.

A tempestade que atingiu Portugal no dia 13 originou 20 mil sinistros cujos danos são ressarcidos pelas seguradoras com cerca de 45 milhões de euros, anunciou a Associação Portuguesa de Seguradores (APS).

“Relativamente aos sinistros participados” devido ao mau tempo, que atingiu sobretudo municípios da região Centro, “a maior parte dos prejuízos diz respeito a seguros de habitações (19.353.314 euros) e a seguros de atividades comerciais e industriais (20.771.958 euros)”, refere. Quanto aos veículos com cobertura de danos próprios, “mais de mil viaturas sofreram danos causados pela tempestade”, acrescenta a associação.

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